O ano de 2006 foi marcado por grandes tragédias. A morte de 154 pessoas após a colisão entre o Boeing da Gol e o jato Legacy em setembro, a crise interminável no sistema aéreo brasileiro, o sequestro passional do ônibus 499 no Rio de Janeiro e a morte de quatro jovens vítimas de anorexia deram o tom do ano de 2006 no Brasil.
O maior acidente aéreo do país que envolveu os pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino como um dos responsáveis pela colisão entre o avião da Gol e o jato da americana ExcelAir deu início ao colapso no sistema aéreo brasileiro que atingiu em cheio os milhares de passageiros que rebelaram-se em todo o país. Em muitos casos coube à polícia intervir para que acidentes ou quebra-quebras não chegassem ao extremo. Ministério da Defesa, órgãos e empresas aéreas entraram em atrito e uma intervenção na TAM, em dezembro, mostrou que a crise ainda não tem data para acabar.
Crimes passionais também deram o que falar este ano. Nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, três mulheres foram vítimas de homens ciumentos em novembro. Duas delas foram assassinadas na capital paulista e no Rio uma estudante de enfermagem ficou 10 horas sob a mira da arma do ex-marido dentro do ônibus 499, ultrapassando o tempo do seqüestro do ônibus 174 em 2000. Em agosto outro crime passional que ficará para a história foi o assassinato do coronel Ubiratan Guimarães, responsável pelo massacre do Carandiru. A namorada e advogada Carla Cepollina é acusada de matar o coronel.
O mundo da moda no Brasil também foi afetado. A morte da modelo Ana Carolina, 21 anos, 1,72 m e que pesava somente 40 kg acendeu o alarme sobre o avanço da doença no país. No entanto em apenas 45 dias mais três jovens morreram de anorexia nervosa, diagnosticada pelos médicos.
Apesar dos momentos de tensão e preocupação vividos pelos brasileiros neste ano, o país também viveu momentos de solidariedade e comoção. Em janeiro, um bebê dentro de um saco plástico foi jogado pela mãe na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, e sobraram candidatos para a adoção da menina.
Outra boa notícia fica por conta dos indicadores do IBGE com relação à educação. A Síntese dos Indicadores Sociais 2006, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a defasagem escolar sofreu uma redução nos últimos dez anos, porém ainda é considerado um problema grave na educação. Em 2005, 36,4% dos estudantes da oitava série estavam defasados em mais de dois anos em relação à sua idade e apenas 53% dos estudantes concluem a oitava série. O analfabetismo retrocedeu 4,5 pontos percentuais entre 1995 e 2005.