Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. Segundo o BC, a probabilidade de a inflação de 2023 ficar acima do teto da meta, de 4,75%, está em 46%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). O cálculo tem como base a Selic.
Por Redação - de Brasília
O Banco Central (BC) divulgou em relatório, nesta quinta-feira, que em seu cenário de referência, há apenas 7% de chance de a inflação ficar na meta este ano. O estouro da meta fica, portanto, como indicativo dominante. O BC informou, ainda, que a estimativa para a inflação foi revisada de 8,8% para 5,8%, depois de uma série de medidas do Executivo para abaixar os preços dos combustíveis e energia elétrica, às vésperas da eleição.
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Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. Segundo o BC, a probabilidade de a inflação de 2023 ficar acima do teto da meta, de 4,75%, está em 46%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). O cálculo tem como base a Selic variando conforme o Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado com base na Paridade do Poder de Compra (PPC).
Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2023, de 1,75%, é de 2%. O centro da meta é de 3,25%. Em 2024, a probabilidade de estouro do teto de 4,50% da meta é de 11%, enquanto a possibilidade de estouro do piso de 1,50% da meta é um pouco maior, de 17%. O alvo central é de 3,00%.
Teto da meta
O horizonte relevante do Comitê de Política Monetária (Copom) atualmente considera os anos-calendário de 2023 e, em menor grau, de 2024. Mas, devido aos efeitos das desonerações tributárias sobre os combustíveis e as dúvidas quanto à duração dessa política, o BC preferiu dar ênfase ao horizonte de 12 meses terminados no primeiro trimestre de 2024.
O BC ainda fez os cálculos para um horizonte mais longo, de 2025. Nesse caso, a probabilidade de estouro do teto da meta, de 4,50%, é de 11% e, do piso, de 1,50%, é de 17%. O centro da meta é de 3,00%.
Surpresa
O BC elevou também a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 1,7% para 2,7%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação.
“A surpresa no crescimento do segundo trimestre, os resultados iniciais do terceiro e estímulos não contemplados no RI anterior - notadamente o aumento do valor do benefício do Auxílio Brasil e o arrefecimento da inflação, resultante, em grande medida, da redução de tributos sobre combustíveis, energia e serviços de comunicação - são os principais fatores para a revisão. Esses mesmos fatores indicam nova expansão do PIB no terceiro trimestre, mas em magnitude menor do que a observada nos últimos três trimestres”, diz o Banco.
Em relação aos componentes da demanda, o RTI informou alteração de 1,7% para 3,9% na expectativa de crescimento do consumo das famílias e de 1,8% para 0,7% previsão de alta do consumo do governo.
No Boletim Focus, a mediana das previsões junto aos economistas consultados é de crescimento de 2,67% para o PIB deste ano e de 0,50% no ano que vem.