Guardia acrescentou, ainda. que essa compensação nos impostos também pode vir com eliminação de benefícios hoje existentes.
Por Redação - de Brasília
Titular da Fazenda, Eduardo Guardia afirmou, nesta segunda-feira, que o governo terá de aumentar impostos de “outras coisas”. Ou retirar benefícios tributários para garantir uma das partes da redução de impostos sobre diesel; com impacto de R$ 4 bilhões este ano.
— Haverá aumento (de impostos) para alguém? Sim — afirmou. Ele falou em coletiva de imprensa.
Os combustíveis terão preços alterados com a redução dos impostos ao diesel
E acrescentou, ainda. que essa compensação também pode vir com eliminação de benefícios hoje existentes.
— Isso não é aumento da carga tributária; é um movimento compensatório previsto na lei —, afirmou ele.
Na noite passada, o presidente de facto, Michel Temer, anunciou redução do preço do diesel em R$ 0,46 por litro por 60 dias; em atendimento às reivindicações dos caminhoneiros. Mesmo assim, a categoria mantinha a paralisação que tem provocado desabastecimento em todo o país.
Impostos
Desses R$ 0,46, R$ 0,30 serão bancados até o final do ano pela União; via programa de subvenção que custará R$ 9,5 bilhões. O valor será coberto por uma sobra de R$ 5,7 bilhões que o governo tem em relação à meta de déficit primário; além de corte de despesas de R$ 3,8 bilhões.
Os R$ 0,16 adicionais virão por redução de impostos, ao custo total de R$ 4 bilhões; perda de receita que, por lei, deverá ser compensada por outras fontes. Guarda destacou, por conseguinte, que a aprovação do projeto de reoneração da folha de pagamento pelo Congresso Nacional é crucial para essa cobertura. Mas, sozinho, não dará conta do recado.
Ele lembrou que o projeto, tal qual aprovado pela Câmara dos Deputados, teria impacto positivo de R$ 3 bilhões em 12 meses. O texto ainda demanda cumprimento de noventena para começar a valer, de forma que seu efeito líquido não será suficiente para tapar o buraco de R$ 4 bilhões.
Crescimento
— Assim que tivermos a reoneração aprovada, vamos sair com os atos legais mostrando como vamos chegar (à redução total de 16 centavos em impostos sobre o diesel) — acrescentou.
Guardia avaliou que a greve dos caminhoneiros terá impacto temporário e não tenderá a alterar o comportamento da inflação. Mais cedo; disse que mantinha a projeção de crescimento de 2,5% este ano.
A greve dos caminhoneiros tem afetado a atividade econômica nos últimos dias e influenciado a leitura de agentes econômicos. Segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta manhã, as estimativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) caíram a 2,37% na semana passada, sobre 2,5% antes.
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