Gilmar Mendes foi um dos ministros que, na última quarta-feira, votou a favor do habeas corpus do ex-presidente.
Por Redação - de Lisboa
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes afirmou que a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é “absurda”. O país vive, segundo Mendes, um Estado de "despotismo judicial”.
— Estamos vivendo uma Prokuratura — disse a jornalistas, na capital portuguesa.
Mendes foi um dos ministros que, na última quarta-feira, votou a favor do habeas corpus do ex-presidente. Ele defendeu que o réu possa recorrer até a terceira instância (STJ); antes de ser preso.
Sem arrego
Gilmar, no entanto, atribuiu ao próprio governo do PT "esse estado de coisas excepcional" que vivencia o país.
— Em vez de pensar em uma composição da corte dentro dos padrões técnicos e jurídicos, privilegiou-se a escolha de pessoas ligadas aos movimentos LGBT, ao MST, basistas e coisas desse tipo. O resultado está aí, é esse direito penal totalitário — disse.
Sergio Moro determinou a prisão de Lula nesta quinta-feira e deu o prazo de até às 17h desta sexta-feira para que o ex-presidente se entregasse, o que não ocorreu, efetivamente.
Nações Unidas
Um novo pedido de habeas corpus apresentado nesta manhã pela defesa de Lula foi negado pelo ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A defesa do ex-presidente também recorreu à ONU "com um pedido de liminar para que o governo brasileiro impeça a prisão de Lula; até o exaurimento de todos os recursos jurídicos".
Movimentos sociais e sindicais fazem protestos em várias cidades do País contra a prisão de Lula. Há uma grande concentração no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, onde está o ex-presidente deste a noite desta quinta.
Emoção
Em um vídeo emocionante circulou nas redes sociais, ao longo de todo o dia, no qual o ex-presidente Lula consola uma militante. Ela chora, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo.
— Fique tranquila, querida. Fique tranquila, tá. Tudo vai dar certo. Os justos vencerão — disse Lula, beijando a testa e abraçando a jovem.
Assista ao vídeo. pic.twitter.com/3IneRpeYo3
Sem provas
O líder petista, após a expedição do mandado de prisão, foi para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Ele passou a noite em uma sala do prédio. Lula foi acusado de receber o imóvel como propina paga pela empreiteira OAS; em troca de contratos na Petrobras.
Ele nega ser dono do tríplex, assim como quaisquer irregularidades. Lula, que é réu em outros seis processos, afirma ser alvo de uma perseguição política promovida por setores do Ministério Público; do Judiciário, da mídia conservadora e da Polícia Federal; com o objetivo de impedi-lo de ser candidato.