As prisões incluem gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do complexo minerário da Vale em Brumadinho e gerente executivo operacional responsável pelo Complexo Minerário Paraopeba da companhia, de acordo com decisão da juíza Perla Saliba Brito, de Brumadinho.
Por Redação, com Reuters - do Rio de Janeiro
Três funcionários da Vale responsáveis pela barragem de mineração em Brumadinho (MG) que se rompeu na semana passada e dois engenheiros terceirizados que atestaram a estabilidade da unidade foram presos, nesta terça-feira, em uma operação para apurar responsabilidade criminal pelo rompimento, que deixou dezenas de mortos e centenas de desaparecidos.
Bombeiros trabalham em meio a mar de lama de Brumadinho após rompimento de barragem da Vale
As prisões incluem gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do complexo minerário da Vale em Brumadinho e gerente executivo operacional responsável pelo Complexo Minerário Paraopeba da companhia, de acordo com decisão da juíza Perla Saliba Brito, de Brumadinho.
O rompimento, ocorrido na sexta-feira, deixou pelo menos 65 mortos e 279 desaparecidos, de acordo com o último balanço das autoridades divulgado na noite de segunda-feira. O desastre lançou uma avalanche de lama destrutiva de rejeitos de mineração sobre comunidades próximas e também sobre a área administrativa da própria Vale e a cidade.
Após as prisões, a Vale afirmou que “permanecerá contribuindo com as investigações”.
MPMG
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que as prisões foram decretadas por 30 dias. Segundo o MPMG, há existência de indícios de autoria ou participação dos presos em crimes de falsidade ideológica, crimes ambientais e homicídio.
A operação desta terça-feira, que envolve o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público de São Paulo (MPSP), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF), cumpre no total 5 mandatos de prisão temporária e 7 de busca e apreensão, incluindo em uma unidade da Vale em Nova Lima (MG).
Os dois engenheiros terceirizados foram presos em São Paulo, enquanto os funcionários da Vale foram detidos em Minas Gerais.
– Os órgãos de investigação têm trabalhado de forma concatenada para apuração dos graves crimes relacionados com o rompimento da barragem, sendo que as investigações se encontram em andamento – disse o MPMG em comunicado.
Todos os presos serão ouvidos pelo Ministério Público em Belo Horizonte, acrescentou.
Na segunda-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que executivos da Vale podem ser penalizados pelo rompimento da barragem, e que a mineradora precisa ser responsabilizada severamente.