A greve dos servidores públicos em Alagoas, que começou na última terça-feira, com os policiais civis, continua a causar transtornos à população nesta sexta-feira. Funcionários do Instituto Médico-Legal (IML) aderiram à greve e deixaram de recolher os corpos das vítimas de crimes e dos hospitais. Só casos de urgência estão sendo atendidos em hospitais e prontos-socorros. Professores também mantiveram a paralisação. Mais de 2.000 policiais civis continuam parados.
Carros funerários e do Corpo de Bombeiros, além de ambulâncias, estão realizando o recolhimento de corpos para o IML. Na madrugada desta sexta-feira, a ambulância de Marechal Deodoro (AL) chegou ao IML transportando o cadáver de um pescador que tinha sido assassinado a tiros naquele município. Outros sete corpos chegaram ao necrotério de Maceió, desde a noite de quinta-feira. As necropsias estão atrasadas, pois apenas 30% do pessoal está trabalhando.
Policiais militares, que também ameaçaram entrar em greve, se comprometeram a manter seus trabalhos até a próxima semana. O Exército já anunciou que, se os PMs aderirem à greve, poderá assumir o policiamento em Alagoas. O prédio da Secretaria da Fazenda está invadido por manifestantes desde quinta-feira.
A crise que se instalou em Alagoas foi desencadeada depois que o governador Teotônio Vilela Filho publicou um decreto suspendendo o pagamento de reajustes concedidos pelo governo passado. Algumas categorias tiveram corte de até 40% nos salários.
O procurador-geral de Justiça, Coaracy Fonseca, deve encaminhar, nesta sexta-feira, recomendação para que o governador anule o decreto. Segundo Fonseca, o decreto fere preceitos constitucionais como o princípio da legalidade, a irredutibilidade de vencimentos e subsídios e o direito adquirido.
Funcionários do IML aderem à greve de servidores em Alagoas
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Sexta, 19 de Janeiro de 2007 às 18:03, por: CdB