Rio de Janeiro, 17 de Setembro de 2025

Frente Povo Sem Medo debate economia e política para o Brasil

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Quarta, 13 de Setembro de 2017 às 10:46, por: CdB

Um dos pontos destacados por Belluzzo no debate da Frente Povo Sem Medo diz respeito ao desemprego. O Estado brasileiro investe cada vez menos, afirma.

 

Por Redação, com RBA - de São Paulo

 

A Frente Povo Sem Medo, por meio da plataforma Vamos!, realizou na noite passada um debate sobre um  projeto de esquerda para a economia e a política brasileiras. Participaram da rodada os economistas Laura Carvalho e Luiz Gonzaga Belluzzo, os sindicalistas Edson Carneiro (o Índio, secretário-geral da Intersindical) e Ivone Silva (presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região) e o sociólogo Ruy Braga. A Plataforma Vamos! foi lançada no dia 26 de agosto, em São Paulo.

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Para Luiz Gonzaga Belluzzo, o Brasil caminha para um período de recessão

Um dos pontos destacados por Belluzzo diz respeito ao desemprego e à política pela qual o Estado brasileiro investe cada vez menos.

— A questão crucial é o desemprego. (É preciso) fazer com que as pessoas se libertem do desemprego, fazer com que o investimento público se recupere. Ao contrário do que dizem, é perfeitamente possível fazer isso. A gente não pode ter medo. Sair da casinha é fundamental — disse, em relação aos economistas cujas teses prevalecem no país.

Na opinião de Laura Carvalho, para se começar a traçar um programa econômico que passe pela democratização da economia, “é preciso não enxergar a democracia como entrave”. “Isso nos distingue dos outros programas. Os grupos que comandam o país hoje enxergam a democracia como um entrave”, afirmou.

Teto de gastos

A professora elaborou uma série de pontos que julga necessários para desenvolver um programa econômico progressista. Entre eles, a reforma tributária é o ponto central dentro de um processo de inclusão. Ela propõe, entre outras medidas, a redução de impostos sobre consumo; a elevação de tributos sobre dividendos e sobre heranças e o aumento na incidência de Imposto de Renda em faixas salariais mais altas, de forma a atingir os mais privilegiados.

Para a professora da Universidade de São Paulo (USP), a inclusão social também deve se dar por meio de serviços públicos como moradia, transporte, saúde e educação. Assim como defendeu Belluzzo, Laura advogou por um Estado que volte a investir, para superar inclusive a carência do país em áreas como saneamento básico. Ela afirmou acreditar que o teto de gastos, introduzido pela Emenda Constitucional 95, “deve ser revisto por um próximo governo”.

Laura defendeu ainda que o país precisa diversificar as prioridades em suas políticas de Estado. A indústria automotiva, por exemplo, talvez já não deva ter o papel de condutora privilegiada no processo de desenvolvimento. Para ela, setores como esse “não podem determinar o que o Estado vai fazer”.

Meio ambiente

A professora apontou a política de desmonte do papel do BNDES como preocupante e argumentou que o banco deve ter o papel de “permitir desenvolvimento de setores sustentáveis e de inovação", que dê financiamento a projetos nos quais as empresas privadas não investem.
Laura Carvalho destacou, ainda, que “não é mais aceitável que um programa de esquerda ignore o massacre das populações indígenas e o que acontece na Amazônia”.

— Incentivar setores produtivos não significa que vamos fazer um programa que continue o desmatamento— afirmou.

Em sua fala, o sociólogo Ruy Braga afirmou concordar com Laura.

— Precisamos de saneamento básico, oferecer água limpa. O povo é carente de hospitais. Precisamos construir escolas — concluiu.

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