Os militares agiram, na formulação do relatório que levanta um suposto "risco à segurança" do processo eleitoral, sob o comando direto do presidente, Jair Bolsonaro (PL), por intermédio do Ministério da Defesa. Para ministros do Supremo, no entanto, o documento não passa de um “capítulo vergonhoso na história das Forças Armadas”.
Por Redação - de Brasília
Após a divulgação, na noite passada, de um relatório do Ministério da Defesa sobre o desempenho das urnas eletrônicas, desde ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) até a equipe de transição para o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram unânimes em concordar que a imagem das Forças Armadas sai desgastada do episódio. O documento elaborado pela pasta não conseguiu comprovar a existência de fraude nas eleições presidenciais.
Os militares têm tomado rumo diferente do que preconiza o mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL)
Os militares agiram, na formulação do relatório que levanta um suposto "risco à segurança" do processo eleitoral, sob o comando direto do presidente, Jair Bolsonaro (PL), por intermédio do Ministério da Defesa. Para ministros do Supremo, no entanto, o documento não passa de um “capítulo vergonhoso na história das Forças Armadas”, segundo afirmou um deles ao diário conservador carioca O Globo, nesta manhã.
Jogo de cena
O Ministério da Defesa, segundo o jornal, “se desmoraliza” com o parecer e “o jogo de cena” que fez em torno da fiscalização das urnas”. Ainda de acordo com o diário, ”uma ala do STF e TSE minimizou o potencial do documento de exaltar os ânimos dos apoiadores de Bolsonaro, já que o texto não aponta fraudes. Outra ala avalia que, mesmo assim, o material pode ser um 'pretexto' do presidente para inflamar seus apoiadores", diz a reportagem.
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes publicou nota na véspera após a divulgação do relatório. Ele afirmou que o TSE recebeu "com satisfação" o documento, que "não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência" no processo eleitoral.