Rio de Janeiro, 15 de Setembro de 2025

Forças Armadas começam a deixar a comunidade da Rocinha

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Sexta, 29 de Setembro de 2017 às 07:47, por: CdB

As tropas fazem a segurança da favela desde o último dia 17, quando foram acionadas por solicitação do governo Fluminense em função de um conflito

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro:

Os militares das Forças Armadas estão deixando a comunidade da Rocinha, no bairro de São Conrado, na Zona Sul do Rio. O primeiro comboio saiu do local por volta das 4h desta sexta-feira, de acordo com informação da assessoria de imprensa do Comando Militar do Leste. Conforme o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse no dia anterior à Agência Brasil, a retirada será gradual e ocorrerá ao longo do dia.

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As Forças Armadas fizeram a segurança na Rocinha desde o último dia 17 e começaram hoje a deixar o local

As tropas fazem a segurança da favela desde o último dia 17; quando foram acionadas por solicitação do governo Fluminense em função de um conflito entre traficantes rivais pelo controle de pontos de venda de drogas na região; colocando em risco a vida dos moradores.

De acordo com o ministro, a situação na Rocinha está estabilizada com o fim de confrontos violentos entre os traficantes. Na avaliação de Jungmann; os resultados das operações desencadeadas nos últimos dias também mostram redução nas apreensões de armas e nas prisões de criminosos.

Além disso, com o deslocamento de traficantes da comunidade para outras regiões; de acordo com o ministro, não há motivo para manter o efetivo de 950 militares no local e deixar outras áreas da cidade sem o apoio das Forças Armadas.

– Os bandidos que lá estavam conseguiram passar para outras comunidades próximas, então não fazia sentido permanecer com todo esse efetivo. Mas sim deslocar o efetivo para outras comunidades, outros lugares onde eles possam ser devidamente capturados – disse.

Segundo Jungmann, se houver necessidade do retorno dos militares à Rocinha, caso a situação volte a se agravar; há um entendimento com o governo estadual para analisar o pedido com rapidez. “Isso será uma coisa desburocratizada e muito rápida, porque estabelecemos um plantão dentro das nossas unidades militares; que podem rapidamente chegar de volta à Rocinha ou chegar a outras comunidades se se fizer necessário e o governo e a Segurança do Rio de Janeiro pedirem”, informou.

Segurança

O ministro acrescentou que, por questões de segurança; não é possível adiantar se estão programadas operações com participação das Forças Armadas em locais para onde é provável que os traficantes da Rocinha tenham fugido. “Isso não posso adiantar. Mas posso dizer que estamos com várias operações engatilhadas e programadas. São informações de inteligência que não podem perder o efeito surpresa”.

Na avaliação do ministro, o trabalho que foi feito desde a chegada das Forças Armadas; apresentaram resultados comprovados e sem a ocorrência de vítimas. “Encontramos uma Rocinha em guerra e deixamos uma Rocinha, neste momento, estabilizada.

Em segundo lugar, apreendemos uma grande quantidade de fuzis, de bandidos, de carregadores; de pistolas, de granadas, de drogas e de munição. Em terceiro lugar, isso foi feito sem que um único morador fosse ferido; e uma única criança fosse atingida, da sorte que eu acredito que o resultado foi positivo; embora sabendo que a mudança em termos estruturais de segurança da Rocinha, como do Rio de Janeiro, vai levar ainda bastante tempo”, apontou.

Jungmann destacou que as operações integradas no Rio, com o emprego das forças de segurança federais; vão continuar conforme está definido no decreto de Garantia da Lei e da Ordem; assinada pelo presidente de facto Michel Temer em julho. “A todo vapor e sem nenhuma descontinuidade. Nós vamos continuar atuando porque esse é o desejo da população do Rio de Janeiro. As autoridades têm que atender a esse desejo e é também uma determinação do presidente de facto Michel Temer”, disse.

Conflito

Os conflitos na Rocinha se agravaram com a tentativa de invasão, no dia 17, do grupo de aliados do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes; o Nem da Rocinha, para a retomada do comando do tráfico de drogas no local; que foi assumido por Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, ex-segurança de Nem.

Houve intensos tiroteios que deixaram moradores em pânico, crianças sem aulas, unidades de saúde com atendimento suspenso e o comércio fechado.

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