Rio de Janeiro, 13 de Setembro de 2025

Força-tarefa será criada para investigar acidente do Metrô

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Quarta, 17 de Janeiro de 2007 às 10:08, por: CdB

O Ministério Público Estadual (MPE) criará uma força-tarefa com a Polícia Civil para investigar as causas do desabamento nas obras da Estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô de São Paulo. Segundo o promotor criminal José Carlos Blat, o Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, e o governo paulista serão investigados pelos crimes de homicídio culposo (sem intenção), improbidade administrativa e por causar desabamento ou desmoronamento.

Se ficarem comprovadas falhas no alerta aos moradores da região em torno do canteiro de obras sobre riscos de acidentes, os responsáveis também poderão ser denunciados por omissão de socorro. O procurador-geral de Justiça Rodrigo Pinho afastou, porém, a possibilidade de pedir a interdição da obra da estação.

O procurador-geral esteve na manhã de terça no local do acidente, juntamente com promotores das áreas Criminal, Urbanismo e Habitação e Cidadania. O MP abriu três investigações sobre o caso. Engenheiros e geólogos do órgão estão vistoriando o local. Técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) também farão um laudo sobre o acidente. O Metrô vai contratar empresa internacional para acompanhar o trabalho.

O consórcio Via Amarela, afirmou que as fortes chuvas que atingem o Sudeste desde o fim de 2006 foram as responsáveis pelo acidente. Segundo o comunicado oficial divulgado no último sábado, a conclusão foi tomada com base nas primeiras evidências, mas uma perícia ainda será feita.  Ainda de acordo com a nota, a atividade realizada pela companhia no local é de risco quarto, o mais alto de acordo com o Ministério do Trabalho, e que, portanto, acidentes não seriam indicativo de falha ou negligência.
 
Terceira vítima é retirada da cratera

As equipes de resgate retiraram, por volta das 5h40 desta quarta-feira, o corpo da terceira vítima do desabamento.  Peritos do Instituto Médico Legal (IML) confirmaram que se trata do motorista de caminhão Francisco Sabino Torres, 46 anos, que trabalhava na obra.
Para chegar ao corpo, os homens do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, além de técnicos do Consórcio Via Amarela, trabalharam durante toda a madrugada e tiveram de retirar pelo menos um trator que estava sobre o local onde a terceira vítima foi encontrada.

Paralelamente, as equipes retomaram, por volta das 3h, as escavações na parte inferior da cratera, no túnel, para tentar reduzir a carga de terra sobre a van e chegar aos corpos que lá estariam - Reinaldo Aparecido Leite, 40 anos, e Wescley Adriano da Silva, 22, respectivamente motorista e cobrador da van. Outro corpo estaria fora do veículo.

Na noite de terça-feira, a segunda vítima, a advogada Valéria Marmit, 37 anos, foi resgatada do interior da van. O corpo de Valéria foi enterrado às 11h, desta quarta-feira, em Carapicuíba, no interior de São Paulo. Na última segunda-feira, o corpo da primeira vítima foi retirado da cratera e identificado com da aposentada Abigail Rossi, que caminhava no local no momento do desabamento.

Além dessas vítimas, parentes de Cícero Agustino da Silva, 60 anos, registraram seu desaparecimento desde a tarde de sexta, quando ele se dirigiu à região do desastre e não deu mais notícias. Ele pode estar sob os escombros.

Missa reúne familiares no local do acidente
 
Uma missa improvisada reuniu familiares das vítimas e trabalhadores no local do acidente, na manhã desta quarta-feira. Cerca de 30 pessoas participaram da cerimônia em um altar improvisado.
 
A missa foi celebrada pelo Bispo Dom Pedro Strighini, responsável pelas pastorais sociais, auxiliado por freiras, que entoaram cânticos. Muitos familiares que participaram do ato religioso ficaram emocionados.

Entre os presentes, estava o deputado estadual Nivaldo Santana (PCdoB-SP), que solicitou a abertura de uma CPI na Assembléia Legislativa para investigar o acidente.

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