Rio de Janeiro, 17 de Setembro de 2025

Filme sobre ação da Polícia Federal é um tremendo fracasso de bilheteria

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Segunda, 11 de Setembro de 2017 às 12:53, por: CdB

Na plateia, esvaziada, a primeira sessão comercial do filme Polícia Federal - A Lei é para todos, na sala com capacidade para 208 lugares, havia espaço de sobra. Cerca de 50 pessoas compraram ingresso para assistir ao filme.

 
Por Redação - de Curitiba

 

Na terra onde nasceu a Operação Lava Jato e se esperava o maior público pagante para o filme Polícia Federal - A Lei é para todos, produzido por um grupo secreto de investidores, é justamente a capital do país onde as salas ficaram mais vazias ao longo do fim de semana de estreia. No restante do país, os cinemas que exibiram o longa metragem amargaram prejuíxo.

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No cartaz do filme Polícia Federal - A Lei é para todos, Moro e Lula figuram na produção B

Na plateia, esvaziada, a primeira sessão comercial, na sala 3 do Espaço Itaú (com capacidade para 208 lugares) tinha espaço de sobra. Cerca de 50 pessoas compraram ingresso para assistir ao filme. No Cinesystem do Shoppinhg Curitiba a proporção de ocupação da sala foi idêntica.

Mal chegou aos cinemas, a produção incensada pela mídia conservadora já recebia o primeiro petardo. Segundo o líder do PT, na Câmara, deputado Carlso Zaratini (SP), trata-se de mais uma armadilha contra a legenda. O diretor do filme, Marcelo Antunez, trata de se defender, mas a polêmica está, definitivamente, exposta ao público.

Posição do PT

Para começar, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os empresários envolvidos nos esquemas de corrupção investigados na força-tarefa em Curitiba são os únicos a receberem os nomes reais no longa. A decisão serviu para acalorar os ânimos: para partidários do PT uma tentativa de demonizar o ex-presidente tirar-lhe o crédito de uma eventual candidatura em 2018.

— O objetivo é descredibilizar, impedir que ele seja o candidato porque eles (os envolvidos na produção do filme) fazem parte de um projeto que quer acabar com todos os projetos sociais e desenvolvimento no Brasil. São interesses do capital internacional em fazer com que o Brasil recue naquilo que avançou nos últimos 20, 30 anos de história — avalia Zarattini.

Nomes falsos

Os inquéritos foram autorizados pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin e seguem sob investigação.

— Evidentemente, eles (os produtores) nunca entraram em contato para pedir a posição do PT — acrescenta.

Para o diretor Marcelo Antunez, no entanto, a decisão em ocultar os nomes dos demais envolvidos na operação foi criativa.

— Conforme fomos avançando nas pesquisas, em cada fase (da Lava Jato) existem um sem número de agentes e delegados e vários deles não trabalham em outros momentos, somem. Tem fase com 50, 60 investigadores e eles não voltam ou só voltam só lá na frente. Do ponto de vista do roteiro, fica impossível contar uma história com tantos personagens — desconversa.

Anonimato

Outro motivo de celeuma nas redes sociais foi o fato dos financiadores do filme permanecerem anônimos. Marcelo diz que foram empresários que, temendo represálias, preferiram "investir" a verba de realização sem terem os nomes citados por medo de represálias. Sobre o possível prejuízo que sofrerão com o fracasso de bilheteria, porém, nem uma palavra.

— Acho a crítica infantil, o povo pensar isso até entendo o motivo, mas certamente quem levanta suspeitas tem outros interesses, de descredibilizar o filme, de levantar suspeitas. É patético. Existem vários outros filmes inclusive polêmicos em que os investidores também resolveram ficar anônimos — afirma Antunez.

Para o cineasta, trata-se de “um tema que divide o Brasil; que é responsável por posições tão acaloradas, por vezes agressiva”.

— Eu entendo perfeitamente a posição deles (os investidores). Posso garantir que não tem empreiteiro ou financiador de campanha. Até acho que seria interessante (mostrar quem financiou). Mas não foi uma decisão nossa e sim de quem coloca dinheiro — acrescenta.

Propaganda

Zarattini, porém, tem uma opinião oposta. Ele não acha que existam partidos envolvidos no dinheiro para a realização do filme, mas sim grupos empresariais que "não têm interesse no PT e Lula governando o país novamente".

— É uma ação política que envolve recursos privados. Não é uma obra de arte, é uma obra de propaganda com o objetivo claro de aumentar a popularidade da Operação Lava Jato — conclui.

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