A falta de recursos para alimentação e transporte fez com que o treinamento dos 128 soldados da Força Nacional de Segurança que vieram para o Rio de Janeiro fosse diminuído pela metade e acabou sendo atrasado. Esses números referem-se ao treino de técnicas de incursões em favelas, feito nesta última segunda-feira com o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio.
O primeiro grupo, composto por 32 agentes, participou de um treino, pela manhã, em atuação de áreas de risco. O treinamento, previsto para ser feito em turno integral, foi cortado por problemas de alimentação e transporte, segundo o major Polícia Militar Ricardo Soares, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), instrutor do minicurso e coordenador de treinamento da Força.
A Força informou que os agentes recebem diária de R$ 120 para alimentação e hospedagem e não estão previstas mais verbas. Segundo a assessoria a logística é responsabilidade do Estado do Rio.
Força Nacional vai a favela sem tráfico ter aulas com o Bope
O primeiro exercício de treinamento da FNS ocorreu na Favela Tavares Bastos, no Catete, onde a tropa pôde se ambientar com as áreas parecidas com aquelas em que vai agir e recebeu instruções sobre como fazer as ações. Usada para treinamentos, a Tavares Bastos não tem traficantes.
Além da FNS, o governo do Estado já conta também com a ajuda do Exército e da Aeronáutica. O Exército está patrulhando o entorno de seus quartéis no Rio e Grande Rio, enquanto a Aeronáutica colocou à disposição helicópteros.
Até quinta-feira participarão do exercício 128 homens, 32 por dia. Durante as simulações, o grupo será dividido em quatro guarnições de oito homens, cada um com sua função, como revista, uso do binóculos e segurança da equipe. A tropa recebe ainda instruções de patrulhamento noturno, abordagem e tiro.
Nos exercícios, a FNS usa fuzis Imbel 556, modelo MD97, e pistola Taurus 24/7. No fim da semana, o grupo passará por avaliação e, caso haja necessidade, o treinamento será estendido por mais uma semana.
Segundo o coordenador do treinamento, major Ricardo Soares, o objetivo é fazer a Força chegar o mais próximo possível da realidade vivida pelo Bope. - Eles estão enfrentando dificuldades normais. Apesar de serem os melhores em seus Estados, no Rio as coisas são diferentes. Antes de jogá-los ao 'lobos', verificaremos se estão aptos para atuar em áreas de alto risco e estresse - explicou.
A partir de quinta-feira, o Bope pretende aumentar o grau de dificuldade dos treinamentos. As simulações deverão ser realizadas em comunidades com risco real de combate com traficantes. Daqui a três semanas, a Força estará capacitada para participar das incursões em favelas, mas só com o Bope e o Core.
Nesta segunda-feira, integrantes da FNS que estão nas divisas apreenderam nove quilos de maconha em Itaperuna. A droga estava em ônibus que ia de São Paulo para a Bahia. Homem, que também estava com revólver, foi preso.