O ex-primeiro-ministro da Itália Matteo Renzi voltou a se envolver em polêmica por causa de sua agenda internacional. Já criticado por definir a Arábia Saudita como lar do "novo Renascimento", o ex-premiê agora é alvo de questionamentos por ter viajado ao Bahrein para a abertura da temporada da Fórmula 1 enquanto mais de 70% da população italiana está em confinamento.
Por Redação, com ANSA - de Roma
O ex-primeiro-ministro da Itália Matteo Renzi voltou a se envolver em polêmica por causa de sua agenda internacional.
Matteo Renzi governou a Itália entre fevereiro de 2014 e dezembro de 2016
Já criticado por definir a Arábia Saudita como lar do "novo Renascimento", o ex-premiê agora é alvo de questionamentos por ter viajado ao Bahrein para a abertura da temporada da Fórmula 1 enquanto mais de 70% da população italiana está em confinamento.
A viagem virou notícia após o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt, publicar no Twitter uma foto que o mostra ao lado de Renzi, hoje senador da República da Itália.
Em suas redes sociais, o deputado Stefano Buffagni, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), afirmou que o ex-premiê agiu de forma "desrespeitosa" em relação aos italianos.
– Não contente de ter feito os italianos perderem dois meses com uma crise de governo em plena pandemia, Matteo Renzi continua a dar espetáculo – escreveu, o ex-primeiro-ministro foi o artífice da crise que derrubou o governo de Giuseppe Conte, substituído em fevereiro por Mario Draghi.
Força Itália
Já o deputado Elio Vito, do partido conservador Força Itália (FI), ironizou as relações do ex-primeiro-ministro com países de regimes autoritários. "Renzi faz bem em viajar ao exterior. Duas sugestões para os próximos destinos: Myanmar e Belarus", disse.
O ex-premiê já era criticado por ter participado de uma conferência em janeiro ao lado do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, acusado de ser o mandante do homicídio do jornalista Jamal Khashoggi.
Na ocasião, Renzi usou tons amistosos com o príncipe e chegou a dizer que a Arábia Saudita poderia ser o "lugar do novo Renascimento". Em suas redes sociais, o ex-primeiro-ministro se defendeu e disse que todas as suas viagens são "legítimas".
– Meus numerosos encargos internacionais respeitam as regras do nosso país – justificou. Atualmente, cerca de 71% da população da Itália está em confinamento para conter a pandemia do novo coronavírus, que já infectou 3,5 milhões de pessoas e deixou cerca de 108,3 mil mortos no país.