A escolha de Rodríguez contou com a indicação do também autodeclarado filósofo Olavo de Carvalho. Em outubro, Carvalho publicou nas redes sociais que era o colombiano quem deveria assumir a Educação. Ele também é apoiado pelos filhos políticos do eleito, em especial do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Por Redação - de Brasília
Ex-comunista que hoje se diz um entusiasta da “Escola Sem Partido” e de um Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) “menos doutrinador”, o colombiano Ricardo Vélez Rodriguez foi indicado para o cargo de ministro da Educação no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Em seu blog, Rocinante, fundado em 2009, ele revela outras facetas.
O presidente eleito, Jairo Bolsonaro (PSL), posa ao lado de seu futuro ministro da Educação, Vélez Rodriguez
Rodriguez lembra que nome do blog é uma homenagem ao cavalo de Dom Quixote, personagem do livro mundialmente conhecido de Miguel Cervantes que, segundo o futuro ministro, foi alvo “de espancamentos, infortúnios e glórias”.
A escolha de Rodríguez contou com a indicação do também autodeclarado filósofo Olavo de Carvalho. Em outubro, Carvalho publicou nas redes sociais que era o colombiano quem deveria assumir a Educação. Ele também é apoiado pelos filhos políticos do eleito, em especial do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Radicalismo
Crítico ferrenho de Lula e do Partido dos Trabalhadores; o indicado a um dos ministérios de maior peso na Esplanada é contrário à participação de médicos cubanos no programa “Mais Médicos”; já foi simpático à monarquia; diz que a ditatura militar é fato a ser comemorado; é apoiador do liberalismo, mas já foi de esquerda.
“Do radicalismo marxista não me resta nem um cabelo”, escreveu em seu blog.
Nascido em 1943, Rodríguez é autor do livro A Grande Mentira - Lula e o Patrimonialismo Petista. A sinopse do título diz:
"O PT conseguiu potencializar as raízes da violência, que já estavam presentes na formação patrimonialista do nosso Estado e que se reforçaram com o narcotráfico, mediante a disseminação ao longo dos últimos 13 anos, de uma perniciosa ideologia que já vinha inspirando a ação política do Partido dos Trabalhadores: a 'revolução cultural gramsciana’".
Crime organizado
Sobre a candidatura do petista Fernando Haddad, derrotado nas últimas eleições, Rodriguez afirma:
“A quem interessa a eleição do candidato do PT, Fernando Haddad? Não há dúvida de que tal candidatura representa os interesses daquilo que foi a pior herança dos últimos tempos, o ciclo lulo-petista, que desmontou as instituições republicanas e nos colocou nesta via sem saída da recessão, da corrupção generalizada e da violência que pipoca pelos quatro cantos do país, fazendo miles (sic) de vítimas fatais do crime organizado e da desmoralização das instituições.”
Quanto à Escola Sem Partido, ainda no blog Rocinante, Rodriguez afirma que “esta é uma providência fundamental. O mundo de hoje está submetido, todos sabemos, à tentação totalitária, decorrente de o Estado ocupar todos os espaços, o que tornaria praticamente impossível o exercício da liberdade por parte dos indivíduos. É o velho princípio escolástico da ‘subsidiariedade’, que devemos defender hoje. Ao Estado compete prover aquilo que não pode ser garantido, no convívio social, pelos corpos intermediários”.
Por fim, a ditadura militar no Brasil, para o futuro ministro da Educação deveria ser elogiada:
“As nossas Forças Armadas sabiam o que se passava ao redor do Brasil e lutaram para impedir uma ditadura comunista no nosso país. Algo de errado nisso? Não adianta a esquerda alucinada pretender que se tratou de um ataque aos direitos humanos”, conclui.