Rio de Janeiro, 27 de Junho de 2025

Europeus reduzem ajuda à Ucrânia e começam a isolar Zelensky

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Domingo, 28 de Agosto de 2022 às 17:15, por: CdB

Dados divulgados neste domingo pelo Instituto da Economia Mundial de Kiel, da Alemanha, que rastreia doações militares, financeiras e humanitárias para a campanha ucraniana, desde o início do conflito, mostram que seis dos principais países da área de inclusão geopolítica do Continente Europeu evitaram se comprometer com novas doações ao aliado.

Por Redação, com agências internacionais - de Berlim e Washington
A guerra que se esperava curta, torna-se arrastada. Perto de seis meses desde a tomada de territórios ucranianos pela Rússia, a Europa começa a perceber a extensão do atoleiro em que se encontra e, nas últimas semanas, tem reduzido drasticamente o envio de recursos ao governo do presidente Volodymyr Zelensky, suspeito de vender parte do armamento conseguido em doações dos vizinhos europeus e dos EUA para o mercado negro.
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Zelensky ainda pediu que G7 faça esforços para a guerra terminar neste ano
Dados divulgados neste domingo pelo Instituto da Economia Mundial de Kiel, da Alemanha, que rastreia doações militares, financeiras e humanitárias para a campanha ucraniana, desde o início do conflito, mostram que seis dos principais países da área de inclusão geopolítica do Continente Europeu — Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Itália e Polônia — evitaram se comprometer com novas doações para o aliado. Mais de € 4 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) foram transferidos por essas mesmas nações, em abril. A Ucrânia não está à míngua devido ao apoio insistente dos Estados Unidos. Meio ano depois, as autoridades de toda a Europa estão preocupadas que o raro consenso formado entre os EUA e as nações europeias possa desmoronar à medida que o continente entra em um inverno sombrio puxado pelo aumento dos preços dos alimentos, energia limitada para aquecer as casas e a possibilidade real de uma recessão.

Chantagem

Ao canal norte-americano de TV CNN, autoridades e diplomatas ocidentais falaram sob condição de anonimato e descreveram, abertamente, as questões sensíveis entre os governos. Em uma possível amostra das medidas mais draconianas que estão por vir, a capital alemã, Berlim, apagou as luzes que iluminam os monumentos para economizar eletricidade, enquanto as lojas francesas foram instruídas a manter as portas fechadas enquanto o ar-condicionado estiver ligado, ou poderão ser multadas. O presidente Zelensky, que capturou a imaginação do Ocidente e colocou pressão nos países para apoiar seu esforço de guerra, pode encontrar dificuldade em chamar a atenção de seus colegas líderes europeus à medida que o conflito se prolonga. — O desafio para a Ucrânia é o mesmo do primeiro dia: manter o Ocidente ao seu lado enquanto os custos do apoio a Kiev chegam lá, não apenas a chantagem de Putin quanto ao gás e grãos, mas também o custo do apoio econômico e humanitário. Talvez seja por isso que Zelensky disse que queria que a guerra terminasse antes do Natal, porque o grande problema será fazer com que o Ocidente cumpra suas promessas a longo prazo — disse Keir Giles, consultor sênior do think tank Chatham House, à CNN.

Gás russo

A crise do combustível no inverno é algo em que as autoridades e diplomatas europeus estão pensando diariamente, uma vez que a Rússia é responsável por cerca de 55% do total de importações de gás da Europa em 2021. Os países europeus também têm sede de petróleo russo, com quase metade das exportações russas de petróleo indo para o continente. A União Europeia (UE) importou 2,2 milhões de barris de petróleo bruto por dia em 2021. — Dentro da União Europeia, será muito difícil, mas devemos tentar cumprir nossa promessa de cortar a Rússia quando se trata de lucros de gás e outras fontes — resumiu um diplomata europeu sênior, referindo-se a um acordo firmado entre o Estados-membros da UE que reduz o uso de gás russo em 15%.
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