- Depois de muita paciência, o governo da Etiópia tomou uma medida de autodefesa e começou a contra-atacar as forças extremistas agressivas - disse o porta-voz do Ministério do Exterior etíope, Solomon Abebe, segundo agências de notícias.
É a primeira vez que a Etiópia admite o envio de tropas para o país vizinho, em uma escalada de violência que observadores temem ser o início de uma guerra regional no chamado Chifre da África.
No sábado, um dirigente da UTI afirmou que estava "em estado de guerra" contra a Etiópia, e pediu a estrangeiros que engrossem uma "guerra santa" contra as tropas etíopes.
Bombardeios
As tropas etíopes apóiam o governo interino estabelecido na cidade de Baidoa, que perdeu espaço para a UTI, milícia islâmica que controla o sul do país e a capital portuária, Mogadíscio.
Neste domingo, um dirigente da UTI afirmou que combatentes etíopes bombardearam a cidade de Beledweyne, localidade controlada pela milícia próxima à fronteira com a Etiópia.
- O inimigo de Alá começou a bombardear nossos civis - disse o xeque Hassan Derrow.
Um morador da cidade, cerca de 300 quilômetros ao norte de Mogadíscio, disse que estão vendo aviões atacando, e combates pesados se intensificando em terra.
Combates também foram registrados em Baidoa pelo quinto dia consecutivo, e na região de Galkayo, ao norte.
Guerra regional
Observadores levantam a possibilidade de que a Somália esteja sendo palco de um conflito regional.
A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que há cerca de 8 mil soldados etíopes no país, em apoio ao governo interino em Baidoa.
Por sua vez, a vizinha Eritréia, inimiga histórica da Etiópia, teria mandado 2 mil homens para lutar ao lado do efetivo da milícia islâmica.
Na sexta-feira, um comunicado do Ministério do Exterior etíope classificava a situação na Somália como "de mal a pior". "A Etiópia tem sido paciente até agora. Há um limite para isso", dizia a nota.
Mas, até então, o governo etíope em Adis-Abeba admitia ter enviado soldados para a Somália apenas para fins de treinamento.