Rio de Janeiro, 13 de Setembro de 2025

Escolha de tucano encerra acordo com PT

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Quarta, 17 de Janeiro de 2007 às 10:30, por: CdB

O acordo pontual que garantia o apoio de setores do PSDB ao candidato petista à Presidência da Câmara, foi por água abaixo. Logo após o lançamento do candidato tucano ao cargo, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), o então aliado e agora adversário Arlindo Chinaglia (PT-SP) recebeu de interlocutores a notícia de que o tucanato seguirá unido com o representante da Terceira Via, grupo parlamentar contrário às candidaturas de Chinaglia e Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que concorre à reeleição. Com isso, a disputa pelo cargo voltou a embolar e, agora, os três têm chances de chegar a um possível segundo turno.

Indicado na tarde de terça-feira pela numericamente inexpressiva Terceira Via, Fruet leva os votos de outros 66 deputados tucanos. A conta é do líder tucano Jutahy Junior (BA), o mesmo que alinhavou o acordo com Chinaglia e, agora, volta atrás da decisão, após ser pressionado pelos caciques de seu partido, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

- Trata-se de um fato novo, de um nome do nosso partido, queridíssimo pelos colegas e respeitado pela sociedade. Ele não era candidato quando decidimos apoiar Chinaglia e, por isso, a bancada deve rever a decisão - disse Jutahy a jornalistas.

O favoritismo de Chinaglia, obtido com alianças como esta com o tucanos, sai arranhado do episódio e a pressão, agora, volta-se para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que será chamado a dar sinais claros sobre quem irá apoiar, se Aldo ou Chinaglia. Nesta quarta-feira, Lula abriu espaço em sua agenda para o governador de Alagoas, o tucano Teotônio Vilela. A visita foi agendada às pressas, mas fontes palacianas admitiram, nesta quarta, que o fato se trata de "uma coincidência" e os assuntos tratados estavam longe da sucessão na Câmara. Vilela, porém, estudou na universidade com o também alagoano Aldo Rebelo, de quem é amigo há longa data. Outro aliado de Aldo, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB, encontra-se em Brasília para uma série de encontros com parlamentares.

Para o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, a candidatura de Fruet é "o pior dos males", segundo teria desabafado com interlocutores, pois deixa o governo em situação delicada e abre a possibilidade de um segundo turno em uma eleição onde não havia adversários, mas aliados do Planalto em uma disputa interna. Fruet, por sua vez, já busca o apoio de outros partidos, na esperança de ampliar sua base de votos até o limite de 100 deputados, ou um quinto da Câmara.

- Vou ampliar nossos contatos com o PFL e conversar com o líder Rodrigo Maia, com o deputado José Carlos Aleluia (líder da minoria) e com o presidente Jorge Bornhausen para apresentar meu nome, mesmo respeitando a conhecida posição do partido (que apóia Aldo Rebelo) - disse Fruet.

O PDT também estaria aberto ao diálogo e deverá ser procurado pelo tucano.

- Minha candidatura só vai existir de fato depois da reunião da bancada do PSDB, na próxima terça. Até lá, posso conversar com todos e construir a possibilidade real de chegar ao segundo turno - acredita o tucano.

Segundo turno

Embora o deputado tenha dito que ainda é cedo para se falar em segundo turno, "pois estou concorrendo para ganhar", disse, ele reconhece que Aldo rebelo seria uma escolha natural do partido.

- O objetivo agora é unificar o partido, somar outras forças e firmar nossa alternativa. Segundo turno se discute quando for uma realidade - afirmou.

Segundo o parlamentar, já lhe chegou o apoio da maioria dos líderes tucanos de todo o país. Tanto FHC quanto os governadores José Serra (SP), Aécio Neves (MG), Yeda Crusius (RS), Cássio Cunha Lima (PB) e o ex-governador Marconi Perillo (GO), entre outros, hipotecaram-lhe a garantia de buscar votos junto aos parlamentares. Fruet combinou, ainda, com Jutahy Junior, um discurso de unidade para o partido. O objetivo é superar o racha provocado pelo apoio do líder a Chinaglia, anunciado

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