Grupos rivais se enfrentam com armas de fogo, facas e explosivos dentro de prisão em Guayaquil. Governo declara estado de exceção em todo sistema penitenciário. Ao menos cinco pessoas foram decapitadas, disseram autoridades.
Por Redação, com DW - do Quito
Um confronto entre facções rivais numa penitenciária em Guayaquil, no Equador, deixou ao menos 116 mortos e cerca de 80 feridos, afirmou o governo do país na quarta-feira.
Policiais diante da Penitenciária do Litoral, em Guayaquil, depois de o confronto ser contido
Ao menos cinco pessoas foram decapitadas, disseram autoridades. O confronto aconteceu nesta terça-feira, entre prisioneiros armados de grupos rivais, conhecidos como Los Lobos e Los Choneros, ligados ao tráfico internacional de drogas, que disputavam o comando do presídio Número 1, também conhecido como Penitenciária do Litoral.
Além de armas de fogo, foram usadas facas e explosivos. A televisão local mostrou imagens de detentos disparando com armas de fogo a partir das janelas da penitenciária, além de explosões.
A polícia comunicou que retomou o controle sobre a penitenciária depois de cinco horas, numa operação conjunta com militares.
Estado de exceção
O presidente equatoriano, Guillermo Lasso, declarou estado de exceção em todo o sistema penitenciário do Equador por um período de 60 dias.
Ele qualificou de "lamentável" e "triste" o resultado do motim de facções rivais de detentos na unidade prisional e disse que nenhum agente penitenciário está entre as vítimas.
– É lamentável que prisões tenham se tornado território de disputas de poder entre gangues de criminosos – declarou.
Lasso também disse que foi iniciado um processo de coordenação entre diferentes instituições estatais, com o objetivo de recuperar o controle da Penitenciária do Litoral e evitar a repetição desses eventos em qualquer outro centro penitenciário do Equador.
Centro para o tráfico de drogas
A Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) condenou os atos de violência na prisão de Guayaquil e apelou ao governo do país para que investigue o que aconteceu.
A CIDH advertiu que este ano mais de 200 pessoas já morreram em consequência da violência nas prisões do Equador e exortou o Estado equatoriano a investigar os fatos.
Guayaquil é um centro de distribuição de cocaína produzida na América do Sul para os Estados Unidos. No início do mês, a penitenciária Número 4 foi atacada com drones em meio a uma guerra entre cartéis internacionais de drogas. Não houve vítimas.