O cenário é positivo em 2007 em termos de emprego e renda para a população, ainda que as expectativas apontem que o crescimento econômico não deverá alcançar os 5% desejados. A avaliação foi feita pelo superintendente regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) de São Paulo, José Silvestre Prado de Oliveira.
A taxa média de desemprego em 2006 foi de 10,1%, pouco menor do que 10,2% em 2005. De acordo com análise recente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a pequena variação precisa ser relativizada com o crescimento da população economicamente ativa em 2,9%, ou seja, aumentou o número de pessoas que procuram trabalho. Em novembro deste ano, o rendimento médio real da população ocupada cresceu 5,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
- O mercado de trabalho, englobando emprego e renda, deve continuar com essa tendência de melhora porque, à medida em as expectativas são de crescimento melhor e haja também um grau de previsibilidade da economia maior, isso além de ser positivo faz com que esses indicadores tendam a apresentar melhora - afirmou o superintendente do Dieese.
Silvestre disse que na avaliação do Dieese, "deve melhorar o mercado de trabalho, ou seja, a taxa de desemprego deve continuar caindo. De outro lado, os rendimentos devem continuar nessa trajetória de melhora, ainda que seja uma melhora pequena. Então, eu acho que o cenário é positivo para 2007".
Os estudos mais recentes apontam para a redução do desemprego no país. O último dado disponível na pesquisa sobre mercado de trabalho do Dieese mostra que a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo foi a menor desde novembro de 1996, ficando em torno de 14,1% para a população economicamente ativa, que representa a força de trabalho, envolvendo pessoas ocupadas e desocupadas.
A pesquisa do Dieese abrange as regiões metropolitanas de São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte e Distrito Federal, ao contrário da efetuada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), que exclui o Distrito Federal mas inclui dados referentes ao Rio de Janeiro.
- A taxa de desemprego vem caindo paulatinamente desde 2003 - destacou Silvestre. Nas demais regiões metropolitanas acompanhadas pelo Dieese, a tendência é parecida.
No Distrito Federal, por exemplo, a taxa de desemprego era de 18,2% em outubro de 2005 e caiu em outubro de 2006 para 17,9%. Em Belo Horizonte, passou de 15,8% para 12,4%; em Porto Alegre, de 14,8% para 14,2%; Salvador, de 23,3% para 22,9%; São Paulo de 16,9% para 14,6%.
Somente em Recife, a taxa permaneceu praticamente estável: 21,6% em outubro de 2005 para 21,8% em outubro deste ano.
Segundo analisou Silvestre, isso mostra que não houve estagnação do mercado de trabalho.
- Ao contrário. Você teve expansão da ocupação, de um lado, e de outro lado uma relativa queda da taxa de desemprego.
Ele chamou a atenção que houve também crescimento relativo do índice de formalização do mercado de trabalho. Ou seja, há mais gente com registro em carteira. A percepção é de que a ocupação tem melhorado em praticamente todas as regiões do país.
Em termos de renda, o último dado disponível se refere ao mês de outubro de 2006. Comparando com dados de outubro de 2005, observa-se que o rendimento médio dos ocupados como um todo no mercado de trabalho (englobando assalariados com e sem carteira, autônomos etc) cresceu 1,9% nas regiões pesquisadas, tendo como deflator o ICV (Índice de Custo de Vida) do Dieese para São Paulo.
Separando somente os assalariados, o crescimento real, isto é, descontada a inflação, atinge 0,8%. "Tem crescimento dos ocupados como um todo, do ponto-de-vista do rendimento, e também dos assalariados", analisou o economista.