Rio de Janeiro, 16 de Junho de 2025

Emirados Árabes e Israel firmam acordo por ajuda a Gaza

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Quarta, 21 de Maio de 2025 às 10:29, por: CdB

A falta de mantimentos é tanta que, na terça, a Organização das Nações Unidas alertou que 14 mil bebês poderiam morrer de fome no enclave, nas próximas 48 horas.

Por Redação, com RTP – de Gaza

Os Emirados Árabes Unidos anunciaram nesta quarta-feira ter chegado a acordo com Israel para permitir a entrega de ajuda humanitária urgente à Faixa de Gaza.

Emirados Árabes e Israel firmam acordo por ajuda a Gaza | ONU alerta para morte iminente de 14 mil bebês por fome, em 48 horas
ONU alerta para morte iminente de 14 mil bebês por fome, em 48 horas

A falta de mantimentos é tanta que, na terça, a Organização das Nações Unidas alertou que 14 mil bebês poderiam morrer de fome no enclave, nas próximas 48 horas.

No mesmo dia, o governo britânico anunciou a suspensão das negociações sobre comércio com Israel e convocou o embaixador israelense em Londres em desagravo diante do bloqueio da ajuda humanitária.

Enquanto isso, os ataques israelenses continuam sem dar tréguas, mesmo depois de o Reino Unido ter decidido suspender as negociações comerciais com Telaviv. A União Europeia anunciou que também vai rever os laços políticos e econômicos com Israel.

O chefe da diplomacia dos Emirados Árabes, Abdallah ben Zayed Al-Nahyane, “falou por telefone com Gideon Saar, ministro israelense dos Negócios Estrangeiros, o que levou a um acordo que autoriza a entrega de ajuda humanitária urgente a partir dos Emirados Árabes Unidos”, diz um comunicado publicado pela agência de notícias emiradense WAM.

– A ajuda irá inicialmente satisfazer as necessidades alimentares de cerca de 15 mil civis na Faixa de Gaza – adianta.

A notícia surge no momento em que Israel tem sido acusado de cometer genocídio em Gaza e de realizar uma operação de limpeza étnica, especificamente por não deixar entrar ajuda humanitária no território.

Retomada limitada

No início da semana, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel tinha de evitar a fome em Gaza “por razões diplomáticas” e anunciou uma retomada limitada de ajuda ao território palestino.

O líder israelense acrescentou que as “imagens de fome em massa” poderiam prejudicar a legitimidade do esforço de guerra de Israel, e anunciou que autorizou a entrada de 93 caminhões da ONU. Desses, porém, apenas poucas dezenas entraram, de acordo com as Nações Unidas.

Mesmo diante da escassa entrada de ajuda em Gaza, a ofensiva israelense continua. Segundo as autoridades de saúde palestinas, os ataques aéreos de Israel na última noite mataram 85 pessoas.

O Exército israelense explicou que tinha como alvo um centro de comando do Hamas e garantiu que tinha alertado os civis com antecedência.

Rever laços

Entretanto, na noite de terça-feira a União Europeia informou que irá rever o pacto que rege os seus laços políticos e econômicos com Israel devido à situação “catastrófica” em Gaza. Essa revisão vai permitir saber se Israel está cumprindo uma cláusula de Direitos Humanos do acordo.

A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, afirmou que a maioria dos ministros reunidos em Bruxelas se mostrou favorável a uma revisão do acordo, à luz dos acontecimentos em Gaza.

– A situação em Gaza é catastrófica. A ajuda que Israel autorizou a entrar é, naturalmente, bem-vinda, mas é uma gota no oceano. A ajuda deve fluir imediatamente, sem obstruções e em grande escala, porque é isso que é necessário – disse Kallas aos jornalistas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel rejeitou as críticas de Bruxelas: “rejeitamos completamente a direção tomada na declaração [de Kallas], que reflete uma total incompreensão da complexa realidade que Israel enfrenta”, escreveu o ministério na rede social X.

– Ignorar estas realidades e criticar Israel apenas endurece a posição do Hamas e encoraja o Hamas a manter as suas armas – acrescentou, agradecendo aos países que apoiaram Israel na reunião em Bruxelas.

– Apelamos à UE para que exerça pressão onde ela deve ser exercida: sobre o Hamas.

Segundo o Ministério Israelense dos Negócios Estrangeiros, “esta guerra foi imposta a Israel pelo Hamas, e o Hamas é o único responsável pela sua continuação. Israel concordou repetidamente com as propostas norte-americanas de um cessar-fogo e de libertação dos reféns. O Hamas recusou todas e cada uma dessas propostas”.

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