Rio de Janeiro, 15 de Setembro de 2025

Em conferência na Europa, Líbano espera receber US$ 4 bilhões

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Quinta, 25 de Janeiro de 2007 às 09:20, por: CdB

O Líbano pediu, nesta quinta-feira, à comunidade internacional uma enorme ajuda financeira para impulsionar sua endividada economia e ajudar o país a se recuperar da guerra do ano passado entre Hezbollah e Israel. Estados Unidos, França e União Européia já prometeram doações e empréstimos de US$ 1,92 bilhão, mas diplomatas franceses temem que outros países sejam mais tímidos devido às turbulências políticas no Líbano.

- Quanto maior a quantia, melhor para nós, porque dará ao Líbano um forte sinal de apoio da comunidade internacional - disse o ministro libanês das Finanças, Jihad Azour, a uma rádio francesa, nesta quinta.

Representantes de mais de 40 países e entidades participam da conferência, entre eles a secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, e o novo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. O evento ocorre apenas dois dias depois de uma greve geral convocada pelo Hezbollah e outros partidos de oposição, o que desencadeou os piores incidentes de violência nas ruas em vários anos - três pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas.

O grupo xiita acusa o primeiro-ministro Fouad Siniora de ceder a interesses ocidentais e exige poder de veto no governo e eleições antecipadas. O jornal oposicionista Al Akhbar disse que a conferência em curso é destinada a fortalecer Siniora, não o Líbano. As autoridades francesas disseram esperar que a conferência arrecade pelo menos os mesmos US$ 4,2 bilhões em empréstimos e doações obtidos na conferência anterior de doadores, em 2002, também em Paris.

O Ocidente quer mostrar ao Líbano que não abandonou o país depois da guerra de julho/agosto entre Israel e o Hezbollah. O grupo xiita, financiado pelo Irã, promete também dar ajuda financeira às vítimas da guerra, e Washington e vários países sunitas temem que com isso o Líbano caia na esfera de influência do Irã. Fontes libanesas disseram, na véspera, que Irã e Arábia Saudita, duas potências rivais na região, estão negociando um acordo para encerrar a crise política libanesa. Uma das fontes disse que os sauditas podem apresentar uma proposta já na reunião de Paris.

Outrora próspero, o Líbano ainda luta para se reconstruir depois da guerra civil de 1975-90. Sua dívida, de US$ 40 bilhões, equivale a 180% do PIB. Alguns doadores devem condicionar sua ajuda à capacidade de Siniora em promover reformas econômicas anunciadas neste mês, que incluem privatizações, corte de gastos públicos e aumento de impostos.

- A despeito dos problemas, precisamos desta conferência. A despeito desta conferência, precisamos implementar nosso programa de reformas - disse Siniora.

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