Em cerimônia, Lula diz que vetará mínimo superior a R$ 380

Em cerimônia com sindicalistas no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira, que irá vetar qualquer iniciativa no Senado ou na Câmara de elevar o salário mínimo acima de R$ 380. O valor, que consta do Orçamento da União para 2007, aprovado na semana passada pelo Congresso, é resultado de um acordo fechado com as centrais sindicais e consolidado nesta quarta-feira durante cerimônia no Palácio do Planalto.

- Se alguém tentar extrapolar o limite do que foi acordado, não tenham dúvida que eu veto, como vetei, antes das eleições, a demagogia daquele aumento que eles (da oposição) quiseram dar (para os aposentados) -, afirmou o presidente.

Lula participou da cerimônia de assinatura do acordo sobre a nova política de reajustes do salário mínimo. De 2008 a 2011, o aumento do mínimo será feito com base na reposição da inflação e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores. A cada ano, o aumento será antecipado em um mês para que em 2010, seja pago em janeiro.

- É preciso seriedade para que a sociedade comece a confiar no país, comece a confiar nos seus dirigentes, nos seus legisladores e nas instituições. Vai ficar muito mais fácil fazermos o que tem que ser feito no Brasil. A discussão sobre reforma não será traumática, a discussão sobre salário mínimo não será traumática, e nenhuma discussão será traumática se ela for feita por gente que tem disposição de fazer e for feita da forma mais democrática possível -, acrescentou.

O aumento real do salário mínimo em 2007 será de 5,3%, tendo como base os atuais R$ 350. Segundo cálculos do Ministério do Trabalho os R$ 30 de aumento injetarão no próximo ano R$ 8,5 bilhões a mais na economia e gerarão uma arrecadação tributária extra de R$ 2,1 bilhões.

O acordo foi assinado pelos representantes das centrais sindicais e pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Luiz Dulci (Secretaria-Geral), Luiz Marinho (Trabalho), Paulo Bernardo (Planejamento) e pelo ministro-interino da Previdência Carlos Eduardo Gabas.