Presidente do Egito, Hosni Mubarak acusou, em entrevista publicada nesta sexta-feira, os Estados Unidos de obstruírem a paz entre Israel e a Síria.
- Acredito que os EUA estão impedindo (o premiê israelense Ehud) Olmert de alcançar a paz com a Síria - disse Mubarak ao jornal israelense Yedioth Ahronoth, durante uma visita de Olmert ao balneário egípcio de Sharm El Sheikh, na quinta-feira.
Mubarak não entrou em detalhes sobre suas razões para crer que os EUA são um obstáculo à paz. Durante a guerra entre Israel e o Hezbollah no Líbano, em meados de 2006, a imprensa disse que Washington se opunha aos acenos de Israel para um contato com os sírios. O governo Bush acusa Damasco de permitir a infiltração de armas e combatentes para o Iraque. Além disso, Washington lidera os esforços internacionais para isolar a Síria em razão do suposto envolvimento na morte do ex-premiê libanês Rafik Al Hariri, há quase dois anos. A Síria nega as acusações.
Os EUA impuseram sanções à Síria em 2004, principalmente por apoiar o Hezbollah libanês e o Hamas palestino. Mubarak incentivou Olmert a testar as intenções pacíficas da Síria.
- Traga a verdade à luz, se é só uma manobra ou se há intenções verdadeiras. Verifique qual paz ele (o presidente sírio, Bashar al Assad) deseja obter. Por que dizer não a uma oferta de paz? Agora, quando o presidente da Síria pede a paz, não imaginem que ele irá a Jerusalém. Isso não vai ocorrer. Nenhum líder árabe irá a Jerusalém até que a paz seja obtida - afirmou Mubarak.
O antecessor de Mubarak, Anwar Sadat, foi a Jerusalém para fazer a paz com Israel em 1977. Já Mubarak, há 25 anos no poder, só esteve na cidade uma vez como presidente, em 1995, para o funeral do primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin. Mubarak disse ao Ahronoth que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, um moderado que trava uma disputa de poder com o grupo islâmico Hamas, precisa ser fortalecido com ajuda financeira:
- Temos de fortalecê-lo para que ele possa tomar decisões. Ele tem um governo, mas tem problemas com seu governo (que é dominado pelo Hamas). Devemos assisti-lo financeiramente, descongelar o dinheiro e facilitar as condições para que as pessoas possam viver.