Rio de Janeiro, 12 de Setembro de 2025

Disputa pela presidência da Câmara promete novos capítulos

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Domingo, 14 de Janeiro de 2007 às 09:57, por: CdB

Os últimos acontecimentos demonstram que a disputa pela presidência da Câmara terá ainda algumas reviravoltas pela frente até 1º de fevereiro, data da eleição. Até então fortalecida pelo apoio dos três maiores partidos - PT, PMDB e PSDB - a candidatura do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) parecia ter deixado definitivamente para trás o adversário e atual presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que tenta a reeleição para o cargo. Mas, lideranças do PSDB contrárias à inusitada aliança entre PT e PSDB, adversários nas recentes eleições presidenciais, ergueram a voz e pressionam para que o acordo anunciado pelo líder do partido na Câmara, Jutahy Júnior (BA), seja revisto.

O apoio foi tido como "precipitado" pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e fortemente criticado pelo ex-ministro da Educação e deputado eleito por São Paulo, Paulo Renato de Souza, para quem Jutahy tomou uma decisão "autoritária" e "anti-democrática".

- Quando saímos do PMDB e fundamos o PSDB foi justamente porque as decisões não eram tomadas de forma democrática e não podemos aceitar esta, que foi uma decisão não democrática. Esta decisão foi uma incompreensão do momento vivido pelo Congresso e representa uma ponte para o autoritarismo. Eu não descarto que o partido reveja este acordo. O PSDB está dividido", reforçou o deputado federal eleito. 

Por causa destas divergências, parlamentares que participarão do processo de votação no próximo dia 1º apostam numa disputa apertada entre os dois candidatos.

Ciente da divisão no PSDB em torno do apoio a Chinaglia, Nogueira está otimista e diz acreditar que Aldo "não terá menos que 45 votos entre os tucanos", numa bancada de 66 deputados federais. O progressista lembra que em vários estados do Nordeste, tucanos e petistas são inimigos figadais, o que dificultaria o acordo.

Ciro afirmou que Aldo terá uma reunião com os aliados na segunda-feira à noite para discutir novas estratégias, mas informou que a possibilidade do comunista desistir da candidatura está descartada por enquanto.

Eleição secreta deve ser decidida voto a voto 

Já no PMDB, a ironia do vice-líder, Geddel Vieira Lima (BA), ao final da reunião que referendou a adesão à candidatura petista, ilustra o elemento surpresa que ameaça a eleição no próximo dia 1º. Ao comentar o provável racha de seu partido, o baiano afirmou que "para saber o voto em bloco do PMDB, só se houver um raio X na urna".

Diante disso, a aposta que se faz - e que daria sustentação a Aldo e Chinaglia de se enfrentarem em plenário - é de que o trabalho dos dois candidatos, após garantirem as adesões partidárias, será o da busca do chamado voto "homem a homem".

De acordo com o grupo de Aldo Rebelo, que conta com pesquisa interna indicando uma votação apertada com vantagens praticamente iguais entre os dois candidatos, o comunista largaria no dia da eleição com pouco mais de 140 votos, enquanto o adversário teria pelo menos 150. Entendidos no assunto dizem que para vencer um candidato deve partir com pelo menos 160 votos de vantagem.

Segundo este grupo, Aldo seria vencedor no maior número de Estados do Nordeste ou perde por pequena diferença. Na Bahia, por exemplo, Estado do líder do PSDB, Jutahy, o placar é apertado: Aldo teria ganho por 10 a 9. Pernambuco é Estado no qual o atual presidente da Câmara mais se distanciou do candidato do PT, com 11 votos a 3.

Rejeição ao PT é ponto fraco para Chinaglia

Nos bastidores do Congresso Nacional, uma aversão ao PT é tida como relevante na eleição em plenário da Câmara e comentada por aliados de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) como o "calcanhar de Aquiles" da candidatura de Arlindo Chinaglia (SP). Alguns parlamentares, inclusive, apostam que os petistas perdem no voto secreto. Não faltam elementos que evidenciariam a dificuldade do PT em se refazer no Legislativo depois de dois anos como figura central

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