O julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), iniciado nesta quinta-feira, significará uma séria consequência para o futuro político de Bolsonaro, ao afastá-lo da cena eleitoral por até oito anos. O ultradireitista enfrenta seu período de maior isolamento e tem enfrentado dificuldades para manter os relacionamentos mais próximos.
Por Redação - de Brasília
Em um cenário em que as chances de se tornar inelegível, politicamente, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido abandonado, aos poucos, por aqueles aliados que lhe inflavam o ego e entabulavam um golpe de Estado sob sua liderança, conforme apurou a reportagem do Correio do Brasil, em uma série de consultas aos antigos parceiros do ex-militar. Bolsonaro, por sua vez, tem buscado o isolamento, ao mesmo tempo que percebe a redução do apoio até mesmo nas redes sociais.
O julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), iniciado nesta quinta-feira, significará uma séria consequência para o futuro político de Bolsonaro, ao afastá-lo da cena eleitoral por até oito anos. O ultradireitista enfrenta seu período de maior isolamento e tem enfrentado dificuldades para manter os relacionamentos mais próximos. Políticos que antes o apoiavam agora se distanciam, buscando proteger suas próprias imagens diante das polêmicas envolvendo a figura do ex-mandatário.
Sem ajuda
Ao seu núcleo familiar e mesmo ao círculo mais próximo Bolsonaro tem reclamado que a maioria dos integrantes do governo passado simplesmente desapareceu. Boa parte da cúpula militar com quem o ex-presidente tinha contato direto e constante; além dos integrantes do Judiciário que o procuravam com frequência, evaporaram. “Auxiliares do capitão afirmam que o telefone do presidente toca com menos frequência e que são poucos os que aparecem para lhe oferecer ajuda", relata a jornalista Bela Megale, colunista do diário conservador carioca ‘O Globo’, em linha com a apuração do CdB.
A mesma realidade foi constatada também pelo diário francês La Croix nesta quinta-feira. O jornal traz uma análise da situação enfrentada pelo ex-chefe de Estado que, menos de seis meses após a tentativa de golpe contra instituições brasileiras, poderá ficar inelegível em julgamento em que é acusado de abuso de poder e desinformação.
O impresso explica, ainda, que os sete juízes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão decidir o futuro do ex-presidente de ultradireita, que não compareceu à audiência e preferiu se ausentar da Capital Federal. De acordo com a publicação, o desfecho do processo, previsto para durar uma semana, não deixa dúvidas: “na prática,Bolsonaro deve ser declarado inelegível por oito anos”.
Investigações
Este seria “o primeiro processo de uma longa lista?”, questiona o site do canal norte-americano de televisão CNews, lembrando que Bolsonaro é acusado de ter questionado a fiabilidade do sistema eleitoral brasileiro em julho de 2022, durante uma reunião com diplomatas europeus.
“Se Bolsonaro não for colocado atrás das grades nesta ação, o risco de ser condenado penalmente não deixa, no entanto, de existir”, prevê o veículo de comunicação, explicando que o ex-presidente é alvo de cinco investigações no Supremo Tribunal Federal (STF).
O diário conservador francês Télégramme também afirma que o risco de divisão dentro da direita brasileira é grande. Se for condenado pelo TSE, Bolsonaro poderia recorrer da sentença, mas com poucas chances de sucesso, afirma o jornal.