Rio de Janeiro, 10 de Setembro de 2025

Detentos fogem em massa após motim no Nepal

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Quarta, 10 de Setembro de 2025 às 14:30, por: CdB

O Exército nepalês assumiu a responsabilidade para conter o caos no país diante do pior ato de violência dos últimos 20 anos.

Por Redação, com ANSA – de Kathmandu

Mais de 13,5 mil detentos fugiram das prisões no Nepal durante os protestos antigovernamentais que forçaram a renúncia do primeiro-ministro KP Sharma Oli na última terça-feira, causando a morte de ao menos três policiais.

Detentos fogem em massa após motim no Nepal | Cerca de 13,5 mil detentos fugiram de prisões no Nepal
Cerca de 13,5 mil detentos fugiram de prisões no Nepal

O Exército nepalês assumiu a responsabilidade para conter o caos no país diante do pior ato de violência dos últimos 20 anos e impôs, a partir desta quarta, medidas restritivas de segurança e um toque de recolher em toda a nação com início às 17h.

Um comunicado informou ainda que “qualquer forma de manifestação, vandalismo, incêndio criminoso ou agressão a pessoas ou propriedades será considerada atividade criminosa”.

Segundo o exército, “essas medidas são necessárias para prevenir incidentes causados pela agitação” nacional, que inclui ainda “riscos de estupros e ataques violentos contra indivíduos”. Além disso, enquanto a medida estiver em vigor, “somente veículos destinados a serviços essenciais poderão circular”.

Nesta quarta, os militares também retomaram o controle da capital nacional, Kathmandu.

O chefe do Exército local, general Ashok Raj Sigdel, realizou “consultas com as partes interessadas e uma reunião com representantes da Geração Z”, informou o porta-voz da força armada, Rajaram Basnet, referindo-se ao nome genérico dos jovens manifestantes, mas sem fornecer mais detalhes.

Já Sushila Karki, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e vista por muitos como uma potencial líder interina, declarou que o diálogo entre as partes era crucial.

“Os especialistas precisam se unir para encontrar um caminho a seguir. O Parlamento ainda está de pé”, afirmou.

Ontem, o então premiê Oli renunciou ao cargo na esteira dos protestos contra o bloqueio às redes sociais no país, mas a medida não serviu para aplacar a ira dos manifestantes, que incendiaram a sede do Parlamento e invadiram casas de políticos.

Os ataques causaram a morte da esposa de um ex-primeiro-ministro quando sua residência foi incendiada. Já na segunda-feira, ao menos 19 pessoas morreram em meio aos protestos.

Atos

Os atos tiveram como estopim o bloqueio de mais de 20 redes sociais no Nepal, incluindo Facebook, YouTube e X, que não teriam cumprido a determinação do governo de se registrar no país e nomear representantes locais. A medida foi revogada pelo gabinete de Oli, mas as manifestações também abarcaram a insatisfação popular com a corrupção e a pobreza generalizadas no antigo reino nas montanhas do Himalaia.

A onda de protestos também levou à renúncia dos ministros Pradeep Yadav (Abastecimento Hídrico), Ram Nath Adhikari (Agricultura) e Ramesh Lekhak (Interior).

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