'Derrapagem ocorre em qualquer aeroporto', diz Pires

O ministro da Defesa, Waldir Pires, defendeu nesta quinta-feira o funcionamento do aeroporto de Congonhas. Ele disse que, nos últimos dez anos, não houve nenhum acidente no aeroporto e que os casos de derrapagem noticiados foram incidentes, que poderiam ter ocorrido em qualquer aeroporto do mundo.

- O único acidente que ocorreu foi provocado por falha mecânica, que nada teve a ver com o aeroporto - o acidente com o avião da Tam em 1999. Portanto é inacreditável que se pretenda fechar um aeroporto da responsabilidade de Congonhas, sem que nós tenhamos razões sérias e profundas -, disse.

O ministro lembrou que o aeroporto de Congonhas passará por reformas ainda neste ano.
- Nós estamos programando para ter início nos próximos dias, logo após do Carnaval, da restauração completa, das pistas principal, secundária e auxiliar, mas a pista atual está bem -, afirmou.

O juiz federal da 22a Vara Cível, Ronald de Carvalho Filho, citou os quatro incidentes de derrapagem na pista do aeroporto como motivo para determinar a interdição da pista para aviões de grande porte.

- Eu passei recentemente por Paris e havia ocorrido um incidente parecido com um avião de pequeno porte -, disse o ministro.

Na quarta-feira, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3a Região concedeu liminar à Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) contra a decisão da Justiça paulista que determinou a interrupção das operações dos aviões Fokker 100 e Boeing 737-700 e 737-800 no aeroporto. O desembargador Antônio Cedenho manteve, porém a restrição de operações pouso e decolagem em dias chuvosos, no caso em que a pista principal apresentar lâminas de água com espessura acima de três milímetros.

O caso que determinou a interdição foi a derrapagem do avião da Varig após freada brusca do piloto para evitar uma poça d'água. Antes disso, houve três casos semelhantes. No mais graves deles uma aeronave da companhia BRA derrapou devido ao acúmulo de borracha e por pouco não caiu sobre a avenida Washington Luiz causando um grave acidente.

Na ocasião a empresa culpou as más condições da pista. Após esses fatos, Congonhas vinha operando com um alerta para que os pilotos operassem com cautela devido a possibilidade da pista se encontrar escorregadia. Também foram colocadas micro-esferas de aço que aumentam a aderência da pista.