Em um culto evangélico, ela falou da existência de uma suposta rede de tráfico e crimes sexuais contra crianças paraenses. "Nós temos imagens de crianças de 3 e 4 anos que, quando cruzam as fronteiras, tem seus dentes arrancados para não morderem na hora do sexo oral”.
Por Redação, com agências de notícias - de Brasília
A ex-ministra e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) admitiu nesta quinta-feira, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que mentiu ao dizer que o governo Jair Bolsonaro (PL) teria recebido registros de crianças vítimas de estupro na Ilha de Marajó, no Pará.
No último domingo, em um culto evangélico, ela falou da existência de uma suposta rede de tráfico e crimes sexuais contra crianças paraenses. "Nós temos imagens de crianças de 3 e 4 anos que, quando cruzam as fronteiras, tem seus dentes arrancados para não morderem na hora do sexo oral”.
Agora, Damares admite que sua declaração tem como base "conversas com o povo na rua". "O que eu falo no meu vídeo são as conversas que eu tenho com o povo na rua. Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos, mas nenhuma denúncia que chegou na ouvidoria (do ministério) deixou de ser encaminhada".
Ministério Público
O Ministério Público do Pará (MPPA) solicitou, na terça-feira, à ex-ministra Damares Alves (Republicanos), eleita senadora pelo Distrito Federal, informações sobre as denúncias que fez nas redes sociais de tráfico infantil e crimes sexuais na Ilha de Marajó, no norte do Estado.
No fim de semana, a ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenou medidas para o resgate das crianças que teriam sido traficadas.
– Fomos para a Ilha do Marajó e, lá, descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas. Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal. Bolsonaro disse: ‘Nós vamos atrás de todas elas’. E o inferno se levantou contra esse homem – disse Damares Alves.
O Ministério Público, no entanto, informou por meio do ofício que até o momento “nenhum dos fatos relatados pela ex-ministra Damares Alves foi encaminhado formalmente aos promotores de Justiça que atuam na região do Marajó”.
Agora, a aliada de Bolsonaro tem até cinco dias para enviar as informações que confirmem a existência do tráfico de crianças para fins sexuais na região.
Viagem eleitoreira de Bolsonaro a Londres custou R$ 881 mil aos cofres públicos
A viagem de Jair Bolsonaro (PL) e sua comitiva à Inglaterra no mês passado custou pelo menos R$ 881 mil aos cofres públicos. O presidente aproveitou a ida ao funeral do corpo da Rainha Elizabeth para realizar atos de campanha. O atual mandatário chegou a discursar para apoiadores da embaixada brasileira em Londres.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chegou a proibir o uso das imagens da viagem a Londres na campanha do presidente. Na decisão, o corregedor-geral eleitoral, Benedito Gonçalves, escreveu que “após poucos segundos de condolências à família real, a sacada (da embaixada) foi convertida em palanque”.
Segundo levantamento do Metrópoles feito por meio da Lei de Acesso à Informação, a maior despesa ocorreu com o aluguel de carros, cerca de R$ 475 mil.