Em um encontro com cubanos em Washington, Rodríguez reiterou críticas à dura resposta dada pelo governo do presidente Donald Trump
Por Redação, com EFE - de Washington:
O chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, classificou como "totalmente falsos" os supostos ataques sônicos que afetaram pelo menos 24 diplomatas dos Estados Unidos em Cuba, e denunciou uma "manipulação política" do ocorrido, que tem como objetivo, disse, "prejudicar as relações bilaterais".
Em um encontro com cubanos em Washington, Rodríguez reiterou críticas à dura resposta dada pelo governo do presidente Donald Trump; para os supostos ataques sofridos pelos diplomatas americanos entre o fim de 2016 e agosto deste ano; que supostamente causaram sintomas adversos, como a perda de audição e problemas cognitivos.
– Vocês, que conhecem bem a realidade cotidiana atual do nosso país e que conhecem a ética vertical da nossa revolução; sabem que os chamados ataques sônicos, que qualquer tipo de ataque que se invoque; qualquer incidente, são totalmente falsos. Estão produzindo uma manipulação política com o objetivo de prejudicar as relações bilaterais – afirmou o chanceler.
– Com o pretexto dos chamados ataques sônicos; uma deterioração grave se produziu na relação entre os dois governos e entre os dois países. Este é um tema do qual tratarei de maneira pública nos próximos dias – ressaltou Rodríguez. As informações são da agência de notícias EFE.
Em resposta aos supostos ataques, os Estados Unidos retiraram a maior parte de seu pessoal diplomático; sediado em Havana e aconselharam os americanos a não viajarem para a ilha, além de terem ordenado, como represália; a saída de 15 diplomatas cubanos que trabalhavam na embaixada em Washington, que se juntam a outros dois expulsos em maio.
– É inaceitável, imoral do ponto de vista do governo cubano; que qualquer diferença política entre governos prejudique os povos; e que o governo dos EUA tenha proposto; e tenha decidido tomar decisões de natureza política que prejudicam o povo cubano – afirmou Rodríguez.
Decisão
O chanceler denunciou que o Departamento de Estado tomou "uma decisão infundada; irrefletida, apressada e inaceitável de expulsar 17 funcionários da embaixada" cubana em Washington.
– Valeria a pena perguntar ao Departamento de Estado qual é a verdadeira razão pela qual ele desmantelou; o consulado cubano em Washington; deixando-o em condições totalmente precárias, com apenas um cônsul – questionou Rodríguez.
Responsabilidade
Ele garantiu que "corresponderá ao governo dos Estados Unidos" a "total e única responsabilidade pelas situações; que forem geradas neste sentido e pelos danos que o fluxo de viajantes entre ambos os países já está sofrendo e sofrerá".
O chanceler também lamentou que a alternativa dada pelo Departamento de Estado aos cubanos que desejam viajar para os Estados Unidos; após a suspensão dos serviços consulares em sua embaixada; é viajar para a Colômbia e tramitar os vistos no país sul-americano, um mecanismo "praticamente inviável" para muitos cubanos.
– É bastante danoso que, invocando pretextos politicamente motivados, se prejudique o direito das famílias cubanas de visitar este país; de visitar seus familiares, de promover a reunificação familiar – reiterou Rodríguez; que falou no 4º Encontro de Cubanos Residentes nos Estados Unidos, realizado em Washington.
Rodríguez se encontra de visita nos Estados Unidos para participar nesta terça-feira da votação anual da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas sobre o embargo americano a Cuba.