O Parlamento iraniano aprovou a suspensão sob a justificativa de que a Aiea é “cúmplice” dos Estados Unidos e de Israel.
Por Redação, com ANSA – de Teerã
O Conselho dos Guardiões da Revolução Islâmica, órgão executivo supremo do Irã, ratificou nesta quinta-feira a lei aprovada pelo Parlamento de Teerã para suspender a cooperação em programas nucleares iranianos com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).

A decisão é tomada após os recentes ataques de Israel e dos Estados Unidos contra instalações nucleares e depois das acusações feitas pela República Islâmica contra o diretor-geral da Aiea, o argentino Rafael Grossi.
A informação foi divulgada pelo Iran International, um canal próximo à oposição iraniana no exterior, citando declarações de um porta-voz do Conselho dos Guardiões.
Na quarta-feira, o Parlamento iraniano aprovou a suspensão sob a justificativa de que a Aiea é “cúmplice” dos Estados Unidos e de Israel e teria agido “politicamente motivada” em prol dos interesses ocidentais. Com a suspensão, a ONU fica proibida de inspecionar o programa nuclear do país persa.
– Qualquer cooperação com a agência ou o envio de relatórios, bem como a entrada de inspetores e gerentes da Aiea, estão proibidos até que a segurança das instalações nucleares e dos cientistas iranianos seja garantida – declarou o presidente do Legislativo, Mohammad Bagher Qalibaf.
Rússia
Após a aprovação da legislação, o governo da Rússia disse desejar que “a cooperação do Irã com a Aiea continue”.
– Estamos interessados na continuidade da cooperação do Irã com a Aiea , mas também em que todos respeitem as declarações do Irã de que não possui e não busca desenvolver armas nucleares – afirmou o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, citado pela agência Ria Novosti, nesta quinta.
Para a Alemanha, “a suspensão da cooperação do Irã com a Aiea é um mau sinal”. “Peço ao governo iraniano que não siga esse caminho”, concluiu o ministro das Relações Exteriores alemão, Johann Wadephul, em entrevista coletiva em Berlim.