De cada R$ 10 previstos no Orçamento da União de 2006, R$ 1 não foi aplicado. A descoberta está no levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), feito com base nos dados do Siga Brasil, sistema do Senado Federal para acompanhamento do orçamento. O Ministério do Planejamento não quis comentar o estudo do Inesc.
Entre os cerca de 10% do orçamento do ano passado que não foram aplicados pelo governo federal, estão seis programas que tiveram execução zero, entre eles, o programa para Universalização dos Serviços de Telecomunicações. Dos R$ 7,3 milhões previstos no Orçamento para o programa, não foi aplicado nenhum real. Segundo a assessoria do Ministério das Comunicações, parte dos recursos previstos para a pasta não foi autorizada.
Os ministérios com menor execução orçamentária foram os de Minas e Energia, com 18% do orçamento executado, e em seguida o das Comunicações (27%) e do Meio Ambiente (55%). De acordo com o assistente de Política Fiscal do Inesc, Lucídio Bicalho, "há uma escassez de recursos". O Ministério de Minas e Energia afirma que os números dizem respeito ao total de estatais sob responsabilidade da pasta. Segundo a assessoria, o orçamento da pasta possui uma das execuções mais altas, com 92%.
Na avaliação do Inesc, há três motivos que causam o problema da não-execução orçamentária dos órgãos: retardamento no repasse de verbas, falhas na execução de programas e recebimento de "restos a pagar" de anos anteriores.
- Há uma escassez de recursos. Os programas concorrem uns com os outros. Não há reservas, a não ser para os gastos cuja execução é obrigatória. Nos demais, o governo tem de eleger suas prioridades e distribuir os recursos, muitas vezes retirando-os de áreas em que são necessários -, disse Bicalho que citou o exemplo de habitação e saneamento básico que, apesar de importantes, não são obrigatórios.
Concorrência por verbas faz programas ficarem no papel, mostra ONG
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Sexta, 02 de Fevereiro de 2007 às 16:49, por: CdB