A questão da segurança pública no Rio de Janeiro, incluindo a possibilidade de envio da Força Nacional de Segurança ao estado, foi discutida nesta terça-feira por representantes dos governos federal e estadual, segundo informou o novo secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame.
Pela manhã, aconteceu a transmissão de cargos para os novos secretários estaduais. Investigadores das polícias estaduais e federal trabalham com a hipótese dos ataques terem sido uma represália ao atual governo, mas há uma vertente que preveja uma série de ataques em pontos diversos da cidade, efetuadas por uma facção criminosa, com o objetivo de disfarçar o real objetivo, que seria a tomada de vários pontos de venda de drogas em morros do Rio.
Beltrame disse, ainda, que vai desenvolver um trabalho de mudança da cultura policial, que deverá ser mais voltada para a sociedade.
- Vamos trabalhar para mudar a cultura policial e criar uma polícia para a sociedade. Amanhã mesmo, o governo federal virá ao Rio de Janeiro, na pessoa do secretário Nacional de Segurança (Luiz Fernando Correa), para discutir uma serie de iniciativas, inclusive a possibilidade da vinda da Força Nacional de Segurança para atuar no Estado - afirmou.
Ainda segudo Beltrame, o cidadão fluminense não suporta mais a violência.
- Como cidadão, eu também não agüento mais. Nossa polícia não será de reação mas de ação. Nós vamos nos antecipar aos fatos e não reagir. É indiscutível a sensação de insegurança pela qual a população passa. A visibilidade que o governo tem que dar, num primeiro momento para a população, é o policial na rua e isso vai ser feito - desabafou Beltrame.
Manobras
Importante autoridade fluminense, que pertenceu ao governo anterior e prefere não ser identificada, disse nesta terça-feira que a ação dos bandidos, além de provocar a revolta da população, visa criar um ambiente de desgaste nas forças de repressão do Estado, com o aumento do número de homens nas ruas, para ocupar os principais pontos de vendas de drogas nas favelas da cidade.
- Com o ambiente de caos provocado pelos ataques, um dos interesses dos bandidos também é a tentativa de desarticular o policiamento em áreas já conflagradas, onde o Comando Vermelho pode tentar a ocupação dos pontos de venda de drogas. A Rocinha, por exemplo, é um dos alvos desta ação - disse.