Não foi de graça a justificativa do ministro Tarso Genro (Relações Institucionais), nesta terça-feira, pela presença do ex-ministro da Integração Nacional e deputado eleito Ciro Gomes (PSB-CE) no Palácio da Alvorada, no domingo, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu a análise das medidas que compõem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Somente participaram ministros, mas Ciro Gomes foi uma excessão, o que deixou alguns jornalistas curiosos.
Observadores atentos da cena política brasileira, no entanto, ouviram de interlocutores privilegiados, no Planalto, que o parlamentar socialista estaria nos planos do presidente para a sua sucessão, em 2010. Ciro deverá ocupar um ministério de peso e alta visibilidade, já a partir da semana que vem, quando será anunciada a reforma ministerial para o segundo mandato de Lula.
Segundo Tarso, porém, o ex-ministro integrou o governo por bastante tempo e tem "bagagem" para participar da elaboração do programa.
- Ele tem acúmulo de conhecimento muito grande e foi convidado a pedido do próprio presidente Lula - explicou.
Com a apresentação do PAC, o presidente Lula vai agora concentrar esforços para a conclusão da reforma ministerial que deve ser anunciada em fevereiro. Tarso disse também que Lula retomará as conversas com partidos da coalizão a partir de 2 de fevereiro para montar o quebra-cabeças das mudanças no primeiro escalão do governo. O presidente decidiu esperar as eleições para as presidências da Câmara e do Senado para acomodar aliados no ministério.
Nos bastidores, os partidos estão barganhando cargos em troca de apoio aos candidatos da base aliada Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). Os aliados, no entanto, estão divididos entre a dupla candidatura e temem um racha na coalizão política proposta pelo presidente uma vez que Aldo e Chinaglia vão para a disputa como adversários.