Rio de Janeiro, 12 de Setembro de 2025

Cineasta brasileira vai receber R$ 100 mil da Berlinale

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Quinta, 16 de Novembro de 2017 às 12:33, por: CdB

A cineasta brasiliense Maria Augusta Ramos vai receber do Fundo Mundial de Cinema o equivalente a R$ 100 mil reais, para terminar seu filme O Processo, um documentário sobre o processo do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Por Rui Martins, de Genebra:

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Cineasta recebe ajuda da Berlinale para terminar documentário

O Fundo Mundial de Cinema é uma iniciativa conjunta do Festival Internacional de Cinema de Berlim, Berlinale, com o governo alemão e o Instituto Goethe. Foram escolhidos dez produções entre 171 candidaturas de filmes apresentadas, vindas de 49 países. Da América Latina, receberão também financiamentos dois filmes chilenos, um paraguaio e um argentino.

Paralelamente, Maria Augusta Ramos tinha obtido o equivalente a 30 mil reais numa campanha de levantamento de fundos (pela Kickante) para montar O Processo, depois de mais de 450 horas de filmagens na Câmara, Senado, durante o impeachment, incluindo entrevistas e cenas com Dilma Rousseff e o ex-ministro da Justiça José Cardoso.

Durante o processo do impeachment, Maria Augusta Ramos tinha afirmado estar pagando do seu próprio bolso as despesas com as filmagens em Brasília.

Documentarista, com um estilo próprio, influenciado por seu professor holandês Johan van de Keuken, ela não pretende fazer ficção, sentindo-se mais atraída pela realidade que busca retratar nos seus filmes.

Seu novo documentário, O Processo, com finalização prevista para 2019, será talvez um dos primeiros a ser projetado sobre a destituição da primeira presidente mulher no Brasil. Outros cineastas, Anna Muylaerte, Petra Costa e Douglas Duarte, também acompanharam a crise política e documentaram a queda da presidente.O cineasta brasiliense Adirley Queiroz foi o primeiro a concluir seu filme, que se transformou numa ficção, Era uma vez em Brasília, menção honrosa no Festival de Locarno.

Sem poder fugir à uma tomada de posição, por ter acompanhado o dia a dia da queda de Dilma Rousseff, a cineasta considera o impeachment com um golpe parlamentar da direita.  

Maria Augusta Ramos, nasceu em Brasília em 1964, estudou Musicologia em Paris e Londres,  formando-se depois em cinema na Holanda, onde viveu. Já conquistou diversos prêmios nacionais e internacionais com seus documentários curtas e longas-metragens. Em 2006, criou a produtora Nofoco Filmes.

Alguns dos filmes por ela dirigidos - Seca, Futuro Junho,  Morro dos Prazeres, Juízo, Justiça, Desi, Brasília, um dia em fevereiro.

Rui Martins, correspondente em Genebra, que estará do 15 ao 25 de fevereiro no Festival Internacional de Cinema de Berlim.

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