Diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, John Negroponte afirmou, nesta sexta-feira, que a Al-Qaeda (A Rede), organização responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA, liderada pelo líder extremista muçulmano sunita Osama bin Laden - encontrou um refúgio seguro no Paquistão e está recuperando suas forças a partir daquele país. Negroponte disse a um comitê do Senado norte-americano que a organização vem desenvolvendo capacidades operacionais mais fortes e relações que se estendem além do Paquistão.
Segundo o chefe das agências de segurança dos Estados Unidos, a Al-Qaeda está ganhando força no Oriente Médio, no norte da África e na Europa. O governo paquistanês negou as acusações de Negroponte. Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores disse que o Paquistão trabalhou mais do que nenhum outro governo para combater a Al-Qaeda. No início da semana, os Estados Unidos lançaram ataques aéreos na Somália tendo como alvos supostos líderes da Al-Qaeda.
Segundo Negroponte, a Al-Qaeda ainda é o grupo militante que representa a maior ameaça aos interesses norte-americanos no mundo.
Fronteiras minadas
O general Michael Maples, do serviço de inteligência norte-americano, disse que a fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão permanece sendo um refúgio para militantes da Al-Qaeda e de outras organizações extremistas. Acredita-se que bin Laden, e o segundo nome da organização, Ayman al-Zawahiri, os homens mais procurados do mundo após terem assumido o planejamento dos atentados de 11/9, possam estar escondidos nas áreas tribais da fronteira entre os dois países.
A fronteira tem 2.250 quilômetros de extensão, em uma região montanhosa e extremamente difícil de se patrulhar. Militantes da Al-Qaeda e do Talebã podem estar operando em ambos os lados da fronteira, acreditam os norte-americanos. O Paquistão e o Afeganistão trocam freqüentes acusações sobre de quem seria a culpa pela violência na região. Recentemente, o Paquistão reiterou sua intenção de cercar alguns trechos da fronteira e colocar minas no local.
A idéia de minar partes da fronteira tem oposição do governo de Cabul, por representar risco para os civis.