As fortes chuvas que caem na Região Sudeste nas últimas semanas trouxeram destruição e caos. Mas a grande quantidade pluviométrica é fato comemorado pelo setor de energia. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim afirmou que as chuvas que caíram durante as últimas semanas, proporcionam uma tranqüilidade maior ao sistema hidroelétrico brasileiro.
De acordo com Tolmasquim, o nível dos reservatórios está em uma média de 62% da capacidade útil, o que afasta o perigo de racionamento de energia. Na época do apagão, em 2001, o nível estava em cerca de 30%.
Em uma entrevista a emissoras de rádio do Rio nesta segunda-feira, o presidente da EPE voltou a negar risco de racionamento. Na última semana, a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace) se mostrou preocupada com um provável racionamento a partir de 2009, caso a economia do País cresça cerca de 5% até lá.
Mas para Tolmasquim, esta hipótese é pouco provável de ser realizada na prática. O executivo fez questão de citar fatos que, em sua opinião, trazem tranqüilidade ao sistema. Além do aumento da capacidade dos reservatórios, o presidente da EPE declarou que nos últimos quatro anos foram realizados grandes investimentos no setor energético, com a entrada de pelo menos 4 mil MW por ano.
De acordo com o presidente da EPE, no Governo anterior, foi investida a mesma quantidade de energia, mas em um período de oito anos.
Na análise de Maurício Tolmasquim, a fonte de geração hidroelétrica deverá continuar como a forma majoritária de abastecimento, com as outras fontes complementando a geração, como a oriunda do bagaço-de-cana e termoelétrica. Para o executivo, este modelo se mostrou o mais viável no Brasil.