Rio de Janeiro, 07 de Setembro de 2025

Chirac propõe conferência sobre conflitos no mundo

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Sexta, 05 de Janeiro de 2007 às 10:20, por: CdB

O presidente da França, Jacques Chirac, renovou na sexta-feira o apelo por uma conferência internacional que ajude a estabilizar o Oriente Médio.

- Às portas da Europa, o Oriente Médio se tornou o epicentro de tensões internacionais - disse Chirac em discurso a diplomatas em Paris, supostamente um dos seus últimos pronunciamentos sobre política externa antes das eleições presidenciais de abril.

Ele repetiu suas críticas à guerra dos EUA no Iraque e disse que a situação ameaça descambar para um conflito mais amplo.

- Conforme a França temia e alertava, a guerra do Iraque desencadeou revoltas cujos efeitos ainda não foram plenamente exauridos. O conflito israelense-palestino cristaliza todos esses ressentimentos - afirmou ele, acrescentando que um conflito no Oriente Médio como um todo poderia gerar um confronto "de escala inimaginável".

Chirac defendeu o envolvimento da comunidade internacional para restaurar o processo de paz, e apoiou as propostas de ressuscitar o chamado "Quarteto" de mediadores, formado por Estados Unidos, Rússia, União Européia e ONU.

- Vamos propor dentro do Quarteto uma conferência internacional de um novo tipo, o qual, sem querer ditar os termos de um acordo às partes, pode trazer as garantias às quais elas aspiram. Acredito firmemente que pode haver um real ímpeto para a negociação - disse ele, segundo o texto do discurso divulgado à imprensa.

Chirac também apoiou a iniciativa da chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, para que haja reformas nos processos decisórios da União Européia, que desde o dia 1. conta com 27 países.

- Todos hoje podem ver a urgente necessidade de reformas - afirmou, acrescentando que qualquer solução deveria levar em conta as preocupações sobre os poderes do bloco, surgidas a partir da rejeição de uma Constituição européia pelos eleitorados da França e da Holanda, em 2005.

A Alemanha, que assumiu neste mês a presidência semestral da UE, tem como prioridade a retomada das reformas. Saudando a adesão da Bulgária e da Romênia, consumada nesta semana, Chirac disse que o quinquagésimo aniversário do Tratado de Roma, documento fundador da UE, a ser celebrado neste ano em Berlim, será uma importante oportunidade na busca por um novo consenso.

A França deve manter o trabalho iniciado pela Alemanha quando assumir a presidência da UE, em 2008, quando Chirac, que provavelmente não será candidato à reeleição, já terá deixado o poder, depois de mais de uma década como presidente.

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