Rio de Janeiro, 13 de Setembro de 2025

Cerca de 10 mil artigos científicos foram removidos em 2023, diz relatório

Arquivado em:
Quarta, 20 de Dezembro de 2023 às 13:48, por: CdB

Os principais golpes vêm de países como Arábia Saudita, Paquistão, Rússia e China. Conforme expõe a revista, também são os países que tiveram as maiores taxas de retratação (quando um artigo é corrigido ou removido) nas últimas duas décadas.


Por Redação, com Canaltech - de Londres


O ano de 2023 bateu um recorde na ciência, mas infelizmente foi o de artigos científicos removidos: ao todo, foram 10 mil neste período. A informação vem de um relatório publicado na revista Nature. A principal responsável pelas retratações foi a editora Hindawi, sediada em Londres. Cerca de 8 mil artigos foram removidos pela empresa.




artigos.jpg
A editora Hindawi (Londres) chegou a ser responsável pela remoção de 8 mil artigos publicados. Os casos despertam preocupação sobre o futuro da ciência

Os principais golpes vêm de países como Arábia Saudita, Paquistão, Rússia e China. Conforme expõe a revista, também são os países que tiveram as maiores taxas de retratação (quando um artigo é corrigido ou removido) nas últimas duas décadas.


A investigação da Hindawi foi motivada por editores internos que levantaram preocupações sobre referências irrelevantes em milhares de artigos, bem como textos incoerentes. Em declaração, a empresa chegou a mencionar que os pesquisadores enfrentam pressões crescentes para publicar, o que vem paralelo à crescente vulnerabilidade da indústria acadêmica à manipulação sistemática e atividades fraudulentas.


Um dos problemas apontados pela Hindawi foi o modo como edições especiais (coleções de artigos que tendem a ser supervisionadas por editores convidados) se tornaram um alvo para golpistas que fingem ser editores convidados para que possam publicar artigos falsos.



Futuro da ciência preocupa


Este não é um obstáculo enfrentado apenas pela Hindawi, mas também por todas as editoras acadêmicas, e conforme apontam os especialistas na Nature, representa um grande desafio para o futuro.


Uma preocupação levantada pelo relatório é que as retratações estão aumentando a uma taxa que supera o crescimento dos artigos científicos. A investigação combinou o número de retratações coletadas banco de dados.


O relatório ainda sugeriu que a taxa de artigos retratados mais do que triplicou na última década, e sugeriu que a questão é apenas a ponta de um iceberg, com empresas que vendem obras e autorias falsas sendo o principal fator responsável.


Segundo o material, esses artigos ainda causam problemas mesmo que não sejam lidos, porque os seus supostos resultados são incluídos e agregados com outros quando os cientistas escrevem artigos de revisão.


Mas ainda há esperança, pelo menos por aqui: um relatório da Agência Bori em parceria com a Elsevier apontou anteriormente que a ciência brasileira tornou-se 21% mais relevante desde 1996.




Edições digital e impressa
 
 

 

 

Jornal Correio do Brasil - 2025

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo