Para entidades, pressão ajudou no cancelamento da votação. Sindicalistas dizem que continuam em "alerta" contra reforma da Previdência e por mudanças na MP trabalhista
Por Redação, com RBA - de São Paulo:
As centrais sindicais decidiram suspender a greve nacional prevista para a próxima terça-feira. Segundo as entidades, o movimento foi suspenso devido à informação de que a proposta do governo de "reforma" da Previdência Social não mais será votada na semana que vem.
– Ressaltamos que a pressão do movimento sindical foi fundamental para o cancelamento da votação – afirmam as centrais, em nota (leia abaixo); acrescentando que se manterão em "estado de alerta de greve". As entidades também pretendem intensificar a mobilização por mudanças na Medida Provisória (MP) 808; que altera dispositivos da Lei 13.467, de "reforma" trabalhista.
Assinam a nota os presidentes das seis centrais reconhecidas formalmente: Antonio Neto (CSB), Adilson Araújo (CTB), Vagner Freitas (CUT), Paulo Pereira da Silva; o Paulinho (Força Sindical), José Calixto (Nova Central) e Ricardo Patah (UGT).
A greve havia sido marcada diante da perspectiva de votação da reforma na quarta-feira da semana que vem. Representantes das centrais foram à Câmara nesta semana; conversar com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reivindicar o adiamento da discussão para 2018. Na quinta-feira, Maia disse que o governo "está muito longe" de conseguir os votos necessários para a aprovação.
Também por meio de nota, a CUT afirma que a "greve do dia 5 foi suspensa porque o governo Temer recuou; e adiou votação da aposentadoria que estava marcada para o dia 6." O comunicado diz ainda que o movimento sindical mantém-se em "estado de alerta".
Já a CTB afirma que o dia 5 deverá se transformar em "um dia nacional de lutas"; defendendo a realização de protestos nas agências da Previdência Social nos estados. E pede uma "reunião urgente" de centrais, confederações; federações e sindicatos para discutir a organização de uma greve nacional.
Leia nota da CUT
O governo não tem votos suficientes para aprovar a “Reforma da Previdência” e decidiu retirar a proposta da pauta da Câmara dos Deputados, que tinha previsto a votação no próximo dia 6.
O movimento sindical tinha decidido que, “se marcar a votação, o Brasil vai parar”.
Como não haverá votação na semana que vem, as centrais sindicais, CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB, decidiram suspender a greve nacional convocada para o próximo dia 5.
Conclamamos todos os trabalhadores e trabalhadoras a continuarem mobilizados, em estado de alerta.
Todas as Estaduais da CUT, todos os Ramos e todos os Sindicatos filiados à CUT devem continuar convocando e organizando os trabalhadores e trabalhadoras para que estejam preparados para parar, fazer greve de protesto e greve geral, exigindo a não votação desta reforma da Previdência que, na prática, acaba com a aposentadoria da classe trabalhadora.
Nosso recado ao governo e aos parlamentares é:
Não aceitaremos votação desta Reforma da Previdência!
“Se marcar a votação, o Brasil vai parar!”
São Paulo, 1 de dezembro de 2017
Vagner Freitas - Presidente
Sérgio Nobre - Secretário Geral
Golpistas
A crueldade só atinge os mais pobres, sempre.
Só Temer poderia pensar em acabar com a aposentadoria dos agricultores familiares; que respondem por cerca de 70% dos alimentos do país, segundo o Censo Agropecuário de 2006; último levantamento feito pelo IBGE, e começam a trabalhar muito cedo.
Só Temer poderia ignorar que a aposentadoria rural é uma conquista da classe trabalhadora; que seria um crime acabar com essa importante política de proteção social e de distribuição de renda. A Constituição de 1988 incluiu o conceito de Seguridade Social sob a lógica de bem-estar social e de solidariedade. A Seguridade é financiada, portanto, por contribuições dos trabalhadores assalariados, das empresas e também de toda a sociedade. Os golpistas ignoram a Constituição, apesar de Temer se dizer um jurista.
‘Nos aguardem’
É preciso explorar outras fontes que compõem o orçamento da Seguridade Social; como a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), Confins e PIS-PASEP, além de combater a sonegação. Mas isso ele parece que não entende muito bem.
Não importa. Seja qual for a proposta, os trabalhadores e as trabalhadoras de sindicatos filiados a CUT e a outras centrais; em assembleia realizada na Praça da Sé no último dia 10 de novembro, já deliberaram. Se mexer na Previdência, o Brasil vai parar.Refor magreve
Duvidem disso e nos aguardem!
Vagner Freitas e presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).