Depois da Barra da Tijuca chegou a vez da Zona Sul ser palco da operação que a Nova Cedae (Companhia de Águas e Esgotos) vem desenvolvendo de combate ao furto de água por parte de consumidores de alto poder aquisitivo. Na ação de quinta-feira foram descobertas ligações clandestinas em três condomínios do Itanhangá, num prejuízo que ultrapassa R$ 1 milhão.
O esquema para a realização da blitz, que será realizada nesta semana, já está montado. Na lista de maus pagadores estão postos de gasolina, clubes, teatros, condomínios, academias de ginástica e motéis.
- Todo este trabalho é fruto de um lavantamento minucioso. Para se ter uma idéia, até prefeituras fazem parte desta lista, que realmente não pequena - afirma Wagner Victer, presidente da Cedae.
Batizada de Operação Gato Gordo, e realizada por técnicos da Cedae e policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), numa parceria com a Defesa Civil, a ação faz parte da estratégia da Nova Cedae para diminuir o alto índice de evasão de receitas e inadimplência, hoje na casa dos 70%.
- Todas as ações que estamos desenvolvendo fazem parte do plano de reestruturação da companhia. E, nesse contexto, aumentar a nossa fonte de renda é vital para tonar a empresa rentável. Para isso, É preciso reverter o alto índice de evesão de receitas e inadimplência. Para se ter uma idéia arrecadamos somente 30% do abastecimento de água. Assim, apesar de um faturamento de R$ 1,8 bilhão temos um resultado líquido negativo de R$ 245 milhões. E o "gato" tem um peso grande nesse déficit - assinala Victer.
Durante a operação de quinta-feira foram encontradas quatro ligações clandestinas que furtavam cerca de cinco milhões de litros de água por mês e abasteciam às mansões dos condomínios Jardim do Itanhangá, do Palmeiras do Itanhangá, e outro não identificado.
No condomínio Jardim do Itanhangá, na Estrada do Itanhangá, 1091, foi presa em flagrante a síndica, cujo condomínio furtava cerca de 2,5 milhões de litros/mês e abastecia 42 imóveis por meio de dois "gatos"de água.
Já no condomínio Palmeiras do Itanhangá, na Estrada do Itanhangá, 1101, eram furtados 1,5 milhão de litros/mês que abasteciam a 25 casas de luxo por intermédio de ligação irregular. No condomínio localizado ao lado do Palmeiras do Itanhangá, no número 1101-A, havia outro "gato" com 1 milhão de litros/mês desviados.