A Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) irá entrar na próxima segunda-feira, com uma ação indenizatória contra a mineradora Rio Pomba Cataguases. A ação responsabiliza os controladores da mineradora pelos custos despendidos pela Cedae, como deslocamento de funcionários, aluguéis de carros-pipa, e a perda de arrecadação com a suspensão do fornecimento de água, nos municípios fluminenses que serão atingidos pelo vazamento de lama misturada com bauxita e sulfato de alumínio no Rio Muriaé, um dos afluentes do Rio Paraíba do Sul.
- Determinei ao Departamento Jurídico que prepare a ação para ser interposta na segunda-feira. É inadmissível uma situação como esta. Uma empresa que sequer se dignou a prestar qualquer ajuda à população do Estado do Rio de Janeiro. E, o que é pior, uma empresa reincidente - enfatiza o presidente da Cedae, Wagner Victer.
Dos municípios que afetados pelo vazamento, pelo menos um, Lajes do Muriaé, já está com o fornecimento de água suspenso desde às 22h40 de quinta-feira. Com a paralisação do abastecimento de água, a Cedae deslocou toda a estrutura disponibilizada no município, inclusive o Gabinete de Emergência, para Itaperuna, próxima região a ser atingida pelo vazamento.
- Como já disse, a população pode ficar tranqüila. A Cedae está trabalhando firmemente para que, se houver corte, ele seja minimizado e a qualidade da água, padrão Cedae, garantida - assegurou Victer, que pediu a prisão dos diretores da Rio Pomba. - São pessoas criminosas que deveriam estar presas. São literalmente bandidos - completou.
O governo de Minas elevou para R$ 75 milhões a multa para a mineradora por causa do acidente. A água com resíduos tóxicos já começou a matar peixes e tomou contas dos pastos, das ruas e várias casas. Também o prédio que abriga a Câmara de Vereadores e o posto de saúde foram inundados.
Segundo a Defesa Civil, o nível da água do Rio Muriaé está três metros acima do normal e pelo menos duas mil pessoas estão desabrigadas e 300 perderam suas casas. A Feema e a Cedae estão prevendo que os resíduos também devem chegar a qualquer momento a Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira, Campos e São João da Barra.
Recuperação de cidades atingidas pela lama é acelerada
O DER trabalha para recuperar ruas, estradas e pontes danificadas ou destruídas na região de Miraí e Muriaé, atingida pelo rompimento de barragem da mineradora Rio Pomba Cataguases. A Coordenadoria de Defesa Civil (Cedec) prossegue com o seu trabalho de distribuição de alimentos, roupas e material de construção nas cidades atingidas pelo rompimento de barragem da mineradora Rio Pomba Cataguases.
Em Miraí e Muriaé, já foram distribuídas 1.700 cestas básicas, 800 colchões e 700 cobertores, além de medicamentos e material de limpeza.
Nesta sexta-feira, caminhões hidrojatos enviados pelo governo do Estado devem chegar a Miraí para auxiliar na limpeza das ruas e bueiros. A Copasa disponibilizou 38 caminhões-pipa para auxiliar na limpeza e na distribuição de água potável para a população. A empresa também distribuiu cerca de 180 mil copos de água potável para atendimento das cidades atingidas, inclusive as do Rio de Janeiro.