Rio de Janeiro, 14 de Setembro de 2025

Catalunha irá recorrer a tribunal constitucional contra intervenção de Madri

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Terça, 24 de Outubro de 2017 às 12:01, por: CdB

Madri anunciou que vai impor um regime direto sobre a Catalunha para combater uma tentativa de independência que a corte constitucional espanhola declarou ilegal

Por Redação, com Reuters - de Madri/Paris:

A Catalunha vai recorrer ao tribunal constitucional contra a aplicação do artigo 155 da Constituição espanhola pelo governo central, que colocaria a administração da região nas mãos de Madri, disse o porta-voz do governo regional, Jordi Turull, nesta terça-feira.

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Porta-voz do governo catalão, Jordi Turull, durante coletiva de imprensa em Barcelona, Espanha

O Senado espanhol deve autorizar nesta semana o governo central a usar os poderes especiais na Catalunha.

O líder da Catalunha, Carles Puigdemont, não pode resolver a crise política com Madri apenas convocando eleições regionais, disse o ministro de Justiça espanhol, Rafael Catalá, nesta terça-feira.

Madri anunciou que vai impor um regime direto sobre a Catalunha para combater uma tentativa de independência que a corte constitucional espanhola declarou ilegal, invocando poderes nunca antes utilizados para desfazer o governo regional e forçar a realização de novas eleições.

O Senado da Espanha planeja votar a implementação do regime direto na sexta-feira.

– Quando o governo propõe uma opção tão extrema quanto o artigo 155 é porque nós acreditamos que houve um sério fracasso de Puigdemont em cumprir suas obrigações – disse o ministro da Justiça em entrevista. “Tudo não é consertado apenas convocando uma eleição”.

Catalães franceses

Catalães da França têm uma casa de campo com piscina e outros abrigos prontos caso Carles Puigdemont; e outros líderes da região espanhola da Catalunha precisem se refugiar.

Embora a ideia de os líderes catalães fugirem da Espanha e criarem redes clandestinas no exterior ainda pareça remota; apoiadores franceses da independência catalã não estão correndo riscos. Eles dizem ter 52 casas e apartamentos disponíveis na fronteira com a Espanha.

– Está tudo pronto. Temos a logística para acomodar cerca de 200 pessoas por enquanto, e mais se necessário – disse Robert Casanovas, ativista e diretor do Comitê de Autodeterminação da Catalunha do Norte, a área catalã francesa.

– Nosso objetivo é estarmos prontos se emitirem mandados de prisão contra membros do governo catalão; e em particular seu presidente – disse ele em uma entrevista por telefone.

O governo espanhol ameaça impor um controle direto sobre a Catalunha, região com língua; e cultura próprias que realizou um referendo de independência em 1º de outubro que tribunais espanhóis declararam ilegal.

Milhares de falantes de catalão moram na fronteira com a França, principalmente na região do leste dos Pireneus; ao longo do litoral do Mediterrâneo, um território cedido pela Espanha à França no século 17.

No final dos anos 1930, autoridades catalãs de primeiro escalão buscaram refúgio do ditador militar espanhol Francisco Franco em solo francês.

Puigdemont e seu governo conclamaram desobediência civil em desafio à possível instauração de um controle direto. Mas não debateram um exílio em público.

 
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