Instituto ligado ao governo de SP vai solicitar autorização para início de testes clínicos da "Butanvac" nesta sexta-feira. Diretor afirma que espera ter 40 milhões de doses até o fim do ano.
Por Redação, com DW e ABr - de São Paulo/Brasília O Instituto Butantan desenvolveu uma candidata a vacina contra a covid-19 e anunciou que deve pedir nesta sexta-feira autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar ensaios clínicos do novo imunizante em humanos. A nova vacina foi batizada de "Butanvac".CoronaVac
O Butantan é responsável pelo envasamento local da CoronaVac, imunizante de origem chinesa que é principal vacina contra covid-19 usada no Brasil no momento. O envasamento, que é a última etapa de produção da vacina, é feito a partir de matéria-prima importada da China. A CoronaVac foi alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro ao longo do ano passado, antes de o governo federal capitular e finalmente aceitar comprar a vacina. O instituto afirma que o desenvolvimento da Butanvac não altera o cronograma de vacinação da CoronaVac. Segundo a Folha, a Butanvac já passou por testes pré-clínicos, realizados em animais, para detectar possíveis efeitos positivos ou adversos. Caso a Anvisa conceda o aval, a nova vacina passará então pelas fases 1 e 2 de testes, nas quais são verificadas a segurança e capacidade de resposta imune. Na fase 3, com uma gama mais ampla de participantes, será verificado o nível de eficácia do imunizante. A fase 1 já teve início na Tailândia. Cerca de 1,8 mil voluntários devem participar das fases 1 e 2 de testes. Já a última etapa prevê a participação de até 9 mil voluntários. Covas destacou ainda que a Butanvac é uma vacina de segunda geração, sendo, provavelmente, mais eficaz do que as já em uso. – Um grande avanço da ciência brasileira a serviço da vida – afirmou o governador paulista, João Doria, à Folha. De acordo com um levantamento do portal G1, além da Butanvac, ao menos outras dez candidatas à vacinas contra a covid-19 estão sendo desenvolvidas por universidades públicas e institutos de pesquisa do país, entre eles, a Fiocruz, USP e UFPR. A imunização vem caminhando a passos lentos no Brasil. Até o momento, pouco mais de 14 milhões de primeiras receberam ao menos uma dose no país, segundo levantamento do consórcio de veículos da imprensa brasileira. O número representa apenas 6,65% da população adulta.Uso emergencial da Sputnik V
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu nesta sexta-feira um novo pedido de uso emergencial da vacina Sputnik V. O pedido foi feito pelo laboratório União Química, que representa, no Brasil, o Fundo Russo desenvolvedor do imunizante. Essa é segunda vez que o laboratório brasileiro faz essa solicitação. O pedido anterior, protocolado pela União Química no dia 15 de janeiro, será cancelado.

