Depois de iniciar uma guerra sem o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e sequer justificar os motivos que levaram os Estados Unidos a invadirem o Iraque, após a própria ONU desmentir que aquele país produzia e estocava armas de destruição em massa, o presidente norte-americano, George W. Bush, pediu que o organismo aumente sua presença naquele país. Mas o novo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, nesta quinta-feira, questionou os níveis de segurança para os funcionários em atividade na zona de conflito.
Ban, que encerrou na quarta uma visita de dois dias a Washington, a primeira desde que assumiu o cargo em 1º de janeiro, acrescentou, no entanto, que a ONU vai desempenhar um papel mais ativo no Compacto Internacional pelo Iraque, uma iniciativa patrocinada pelo órgão para dar ajuda na reconstrução do país em troca de reformas democráticas.
Mas ele disse a Bush que a ONU "continuará, onde e quando pudermos, a aumentar nossa presença lá, mas isso será restringido pelas preocupações com a segurança". O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan retirou os funcionários da entidade no Iraque em 2003, após dois ataques contra escritórios da ONU em Bagdá. O primeiro deles, em agosto de 2003, matou 23 pessoas, entre elas o brasileiro Sergio Vieira de Mello, que chefiava a missão do órgão no país.