Rio de Janeiro, 11 de Setembro de 2025

Bush anuncia o envio de mais tropas para a guerra no Iraque

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Quarta, 10 de Janeiro de 2007 às 10:48, por: CdB

A versão mais recente do novo plano estratégico para o Iraque do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prevê um aumento de mais de 20 mil soldados, sendo que a maioria para Bagdá e 4 mil para a província de Anbar. O plano, anunciado nesta quarta-feira, também exige que o controle de segurança de todas as províncias seja de responsabilidade das forças iraquianas até novembro. A segurança em três das 18 províncias iraquianas está atualmente em mãos iraquianas. A versão mais recente do plano de Bush prevê a instalação de mais cinco brigadas norte-americanas em Bagdá, segundo a autoridade. Uma brigada do Exército dos EUA tem geralmente cerca de 4mil soldados.

Comandantes norte-americanos disseram que Bagdá é o principal front na guerra do Iraque, mas também enfatizaram que é preciso controlar a conturbada província de Anbar. A província, atualmente patrulhada por fuzileiros navais dos EUA, é um reduto de rebeldes sunitas e de militantes islâmicos.

Alheio à pressão popular, Bush anunciou Bush propõe que, até novembro, o Iraque seja responsável pela segurança em todas as suas províncias, embora não seja, necessariamente, um cronograma para a retirada norte-americana. Atualmente, o governo iraquiano controla apenas 3 das 18 províncias. Bush anunciou também uma intensificação no treinamento das forças iraquianas, por meio de um programa no qual os instrutores norte-americanos passam a viver e trabalhar dentro de um quartel local.

Antes mesmo do anúncio oficial, na Biblioteca da Casa Branca, a oposição democrata, agora majoritária no Congresso, prometeu combater essa suposta escalada no conflito que já matou mais de 3 mil norte-americanos.

- Na minha opinião, podemos estar a ponto de cometer um erro crítico ao avançar exatamente na direção errada no Iraque. Ao invés de aumento, deveríamos estar buscando formas de começar uma redução ordenada das tropas - disse o senador Robert Byrd.

Mesmo alguns republicanos se mostraram incomodados com as propostas, e uma pesquisa USA Today/Gallup mostrou que 61% dos entrevistados são contrários à ampliação do contingente, enquanto 36% são a favor.

- Ele entende que é importante trazer o público de volta para esta guerra e restaurar a confiança pública no apoio à missão - disse o porta-voz de Bush, Tony Snow.

Além das decisões militares, Bush também propõe ao governo iraquiano determinadas "metas" para o fim da violência sectária, sem prazos estabelecidos. Assessores da Casa Branca adiantaram, porém, que algumas dessas metas já estão em curso, como um plano de compartilhamento das riquezas do petróleo, uma reforma constitucional e a autorização para que ex-militantes do partido Baath, ao qual estava ligado Saddam Hussein, possam novamente ocupar cargos públicos.

- Achamos que muitas dessas coisas vão acontecer naturalmente e logo - disse uma importante fonte do governo norte-americano.

A primeira leva do novo contingente norte-americano deve chegar ao Iraque nas próximas semanas. A CBS News disse que os primeiros 10 mil soldados seriam enviados rapidamente, enquanto a outra metade seria distribuída entre março, abril e maio, caso os iraquianos também cumpram sua parte em garantir a segurança de Bagdá. Bush também anunciou o envio da secretária de Estado Condoleezza Rice ao Oriente Médio, onde deve pedir ajuda de líderes regionais para a estabilização do Iraque. Há um mês, uma comissão bipartidária dos EUA sugeriu a Bush que abordasse os inimigos Síria e Irã para pedir colaboração no Iraque. Ao invés de acatar a idéia, o presidente deve apontar Damasco e Teerã como influências nocivas no Iraque.

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