Eduardo Bolsonaro abriu uma empresa em 18 de março deste ano em sociedade com o influenciador Paulo Generoso e o empresário André Porciúncula. Generoso é conhecido por compartilhar notícias falsas e por ter apoiado os atos golpistas.
Por Redação - de São Paulo
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho ’03’ do ex-presidente, é o mais novo sócio em uma empresa no Estado do Texas (TX-EUA), em sociedade com pessoas ligadas à disseminação de notícias falsas, no Brasil; além de apoiadores dos atos golpistas de 8 de janeiro. A empreitada começou no início deste ano, durante o período em que Jair Bolsonaro (PL) morou nos Estados Unidos.

A apuração, realizada em parceria entre o portal de notícias UOL e a agência brasileira de notícias Pública nos últimos cinco meses, é assinada pelas jornalistas Alice Maciel, Juliana Dal Piva e Laura Scofield. Após a derrota na eleição de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro viajou para a Florida, e se hospedou na cidade de Orlando, onde ficou de 30 de dezembro a 30 de março em uma mansão alugada.
Na última visita, diz a reportagem, ele participou de reuniões da extrema direita norte-americana ao lado do pai. Dias antes da Braz Global Holding ser registrada no Texas, em 5 de março, os dois falaram no CPAC, congresso conservador organizado pela União Conservadora (norte-Americana (ACU, na sigla em inglês), em Washington.
Atos golpistas
Eduardo Bolsonaro abriu uma empresa em 18 de março deste ano em sociedade com o influenciador Paulo Generoso e o empresário André Porciúncula. Generoso é conhecido por compartilhar notícias falsas e por ter apoiado os atos golpistas. Porciúncula foi o número dois da Secretaria de Cultura do governo Bolsonaro, entre agosto de 2020 e março de 2022.
A firma Braz Global Holding LLC foi registrada por Generoso no endereço de sua casa, em Arlington. No mesmo endereço, outras duas empresas dos sócios de Eduardo na holding também foram abertas. São a Liber Group Brasil, em 13 de janeiro, e o Instituto Liberdade, em 8 de fevereiro.
Em silêncio
A reportagem procurou deputado Eduardo Bolsonaro pessoalmente na Câmara no último dia 24. Ao ser questionado sobre a empresa, ele respondeu:
— Por que vocês estão me investigando? Conhecendo um pouquinho do UOL um pouquinho de vocês, eu prefiro não falar nada.
Ante a insistência sobre os negócios da empresa, esquivou-se novamente:
— Não tem nada demais. Explicar o quê? Estou devendo alguma coisa?
Tráfico
Depois, andando rápido pelo corredor em meio aos seguranças, disse que “não devia explicações”. Ainda citou o TSE sem ser questionado sobre o tribunal eleitoral.
— Eu estou traficando droga? Eu estou roubando alguém? É corrupção? — e acrescentou que “falaria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, se fosse chamado.
Raquel Brugnera e Paulo Generoso são criadores do Movimento República de Curitiba, que surgiu em 2016 em apoio à ‘Operação Lava Jato’ e à candidatura de Bolsonaro em 2018 e 2022.
Twitter suspenso
A página do grupo no Facebook tem 1,2 milhão de seguidores e disseminou notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e a pandemia de covid-19. Também defendeu os atos golpistas de 8 de janeiro.
O grupo também possui um site, que existe desde dezembro de 2017. De acordo com o relatório final da CPI da Pandemia, o movimento publicou informações falsas sobre tratamento precoce, lockdown e contra a vacina”. A página também é alvo da CPMI das Fake News, que a citou como um dos “principais veiculadores de desinformação acerca da covid-19, em seu relatório final.