Depois de noves dias detidos em presídio federal nos Estados Unidos, os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Estevam e Sonia Hernandes, foram transferidos. Eles saíram do Federal Detention Center e foram para o Krome Detention Center, cadeia destinada aos imigrantes que tentam entrar ilegalmente no país.
Apesar de o advogado do casal, Luiz Flávio Borges D'Urso, definir sua situação como de "semi-liberdade", a mudança foi para pior, segundo policiais americanos e o Ministério Público de São Paulo. Os centros de detenção de imigrantes costumam ter celas apinhadas e a qualidade das instalações e da comida é inferior. - Eles trocaram um hotel 4 estrelas por outro bem pior, de 2 estrelas - afirmou um dos agentes do FBI (a polícia federal americana) encarregados do caso.
O novo endereço dos Hernandes em Miami não altera sua situação processual. Os dois continuam sob custódia porque terão uma audiência judicial na próxima quarta-feira. Até lá, não podem ser liberados. O casal foi preso quando tentava entrar na Flórida com US$ 56,5 mil, tendo declarado apenas US$ 10 mil às autoridades alfandegárias.
Extradição
Segundo o representante dos fundadores da Renascer nos Estados Unidos, o advogado Maurício Azdazabal, o casal quitou os US$ 5 mil cobrados pela fiança para acusação de lavagem de dinheiro. Eles continuam presos, no entanto, porque também respondem pelo crime de falsificação de documento público, um delito inafiançável. Como estavam detidos apenas por um crime apurado pela Polícia de Imigração, teriam direito de sair da penitenciária federal.
O pedido de extradição do casal chegou ontem ao Ministério da Justiça. Agora, cabe ao ministro Márcio Thomaz Bastos solicitar a extradição ao Ministério das Relações Exteriores, que deverá remetê-lo, em nome do governo brasileiro, às autoridades americanas. No Brasil, os Hernandes são acusados de falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro.