O anúncio pelo governo Michel Temer de privatizar a Eletrobrás e a Casa da Moeda demonstra, mais uma vez, o que todos já sabem: a razão da sua existência é a liquidação do patrimônio nacional e dos ativos financeiros do Estado brasileiro
Por Eduardo Bomfim – de Brasília:
Tudo o mais que sucede no País encontra-se, de uma forma ou de outra, subordinado a esse assalto do Mercado financeiro, do rentismo parasitário e predador, a esse objetivo de lesa pátria criminoso, que está acontecendo, a olhos vistos e à luz do dia, perante a sociedade brasileira.
Trata-se na verdade de uma nova etapa da ofensiva neoliberal sobre as riquezas nacionais porém, sob condições mais favoráveis ao capital financeiro, às forças da globalização rentista, em relação à primeira onda privatista na década de noventa passada, sob a batuta dos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Tal orientação está associada à maior campanha de criminalização da política, sob a batuta de corporações; identificadas intelectualmente, doutrinariamente, com as estratégias do Mercado global, da Governança Mundial; através de intensa cooptação intelectual, e de inteligência, em escolas de Economia e Direito, nas universidades norte-americanas.
Para tanto, instalou-se no Brasil a mais agressiva campanha de desconstrução da sociedade; jamais vista antes, com o objetivo de fracioná-la em grupos opostos que se digladiam uns contra os outros.
Brasil real
Instituindo-se em vários segmentos médios a intransigência, intolerância, a intimidação; o ódio generalizado de todos contra qualquer um e de qualquer um contra todos. Enquanto o Brasil real, aquele citado por Machado de Assis, de centenas de milhões de habitantes, a esmagadora maioria da população, vive uma realidade social gravemente doentia.
A grande mídia hegemônica, associada ao Mercado financeiro, onde atua desenvolto o megaespeculador George Soros e sua Open Society; é responsável pela promoção das duas agendas: a liquidação do nosso patrimônio e a que mantém nichos da sociedade fraturada em um falso cosmopolitismo onde as relações de povo; identidade, cultura, objetivos comuns são negadas.
Não há democracia, ou luta pela justiça social, se não existe um sentido de pertencimento nacional, com passado; presente e um futuro para nos identificarmos como povo, nação democrática, livre, soberana.
Eduardo Bomfim, é advogado.