Desde as primeiras horas da madrugada desta sexta-feira, antevéspera de Natal, passageiros protestam na madrugada nos aeroportos do Rio e São Paulo contra os atrasos e cancelamentos de vôos que começaram desde o acidente com o avião da Gol que gerou a maior tragédia aérea na história do país, há mais de um mês. Em Congonhas e Guarulhos, na capital paulista, os saguões amanheceram lotados, com filas nos balcões, principalmente da TAM. No Rio, o aeroporto Tom Jobim foi palco de gritos de protesto dentro da sala de embarque, no início da manhã, devido à demora na liberação dos vôos.
Os passageiros da TAM é que enfrentam os maiores problemas por causa dos atrasos e cancelamentos de vôos. A realização do check in demorou até seis horas e grandes filas se formaram diante dos guichês. A falta de assistência das autoridades é a maior queixa dos passageiros. Por ter de esperar o horário de viajar, muitos tiveram de dormir no chão do aeroporto.
Um tumulto aconteceu no início da madrugada, quando passageiros que iriam embarcar naquele momento, foram informados que deveriam esperar mais duas horas, enquanto outros que esperavam há mais tempo teriam prioridade.
Policiais militares do posto de policiamento do Batalhão de Turismo (BPTur), funcionários da Infraero e policiais federais tentaram manter as coisas sob controle e até duas viaturas do 17º BPM (Ilha do Governador) chegaram a ser acionadas, mas o início de tumulto durou poucos minutos.
Um policial federal teve de desempenhar o papel de funcionário da empresa aérea e trabalhou no portão de embarque para agilizar o atendimento, anunciando os vôos e conferindo passagens. A sala da supervisão da TAM foi ocupada por passageiros em busca de informações ou para prestar queixa. Um grupo de passageiros do vôo 3350, que chegou ao Rio às 20h da última quarta-feira e que seguiria para Maceió, teve de esperar mais de 27 horas para embarcar.
No final da madrugada desta sexta, as filas para o embarque haviam diminuído, mas a sala de embarque ficou cheia e os atrasos continuaram. Os ânimos voltaram a se exaltar e passageiros discutiram com funcionários e policiais federais. Policiais militares foram ao local, mas os policiais federais impediram que eles entrassem, dizendo que estava tudo sob controle.
O público, revoltado com a falta de informação e a assistência devida pelas companhias aéreas, promove diferentes formas de protesto. A PF deteve o médico Roberto Maurício Ferreira Ribeiro, de 53 anos, que nesta quinta-feira, após ter invadido o balcão da TAM, quebrou alguns computadores e disse que só sairia preso. Levado à delegacia local, ele prestou depoimento e foi liberado em seguida, após assinar um termo no qual se compromete a responder, na Justiça, sobre as agressões ao patrimônio da companhia aérea.