Um representante do Batasuna, o braço político do grupo separatista basco ETA, disse nesta quarta-feira que o partido ficou surpreso com o atentado atribuído ao ETA que ocorreu em um aeroporto de Madri no último sábado.
- Ninguém esperava, ainda que soubéssemos que o processo (de paz) estava crise -, disse o porta-voz do Batasuna, Joseba Alvarez a uma rádio basca.
Álvarez acusou o governo socialista espanhol de fracassar na tomada de "medidas concretas (...) para criar condições favoráveis" para o fim da violência dos separatistas bascos. Ele também disse que colocar uma bomba sem um aviso prévio do fim do processo de paz foi "algo novo" por parte do ETA.
- Agora, é o ETA que deve explicar a razão de ter agido desta forma -, disse.
Um outro porta-voz do Batasuna, Xabi Larralde, disse em uma coletiva que o processo de paz envolvendo o governo espanhol e o grupo separatista "não foi rompido", ao contrário do que disse nesta terça-feira o ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba.
- O ETA evidentemente interrompeu o processo de paz -, afirmou Rubalcaba.
Para ele a negociação com o ETA está "interrompida, liquidada, terminada". O governo da Espanha culpa o ETA pelo atentado, mas o grupo não assumiu oficialmente a autoria da ação.
O grupo separatista, que a mais de 30 anos realiza atentados e é responsabilizado por mais de 800 mortes, declarou um cessar-fogo permanente no dia 22 de março de 2006.
A bomba colocada em um automóvel no último sábado foi tão forte que derrubou o estacionamento de cinco andares no terminal quatro do aeroporto de Barajas. De acordo com autoridades, o ETA fez três alertas para a bomba antes da explosão. Pelo menos 19 pessoas ficaram feridas e os equatorianos Diego Armando Estacio, de 19 anos, e Carlos Alonso Palate, 35, ainda estão desaparecidos e cerca de 400 carros estariam enterrados debaixo dos destroços.
Atentado em Madri surpreende braço político do ETA
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Quarta, 03 de Janeiro de 2007 às 14:20, por: CdB